Mapas do cancro. “A desigualdade em saúde mata”

Médico de saúde pública, Carlos Matias Dias coordena a unidade de epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Insa) e liderou a parte portuguesa do Atlas da Mortalidade por Cancro em Portugal e Espanha 2003-2012.

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Hospital de São João, no Porto MARIA JOãO GALA

O que o surpreendeu mais nestes mapas do cancro?
Para certos cancros quase que podíamos adivinhar o que íamos encontrar que, por exemplo, o esófago, o estômago e o cancro colo-rectal teriam aquelas distribuições. Temos, assim, as zonas com um risco relativo de morte mais elevado em certas regiões (que são as portas abertas para novas investigações). Mas, dado que me dedico há vários anos à área de saúde pública e trabalhei, no início da minha carreira, em cancro, o que me surpreendeu mais foi que – apesar de tudo – quando olhamos para esta distribuição é que temos muitas zonas onde o risco é inferior ao que seria de esperar.

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O que o surpreendeu mais nestes mapas do cancro?
Para certos cancros quase que podíamos adivinhar o que íamos encontrar que, por exemplo, o esófago, o estômago e o cancro colo-rectal teriam aquelas distribuições. Temos, assim, as zonas com um risco relativo de morte mais elevado em certas regiões (que são as portas abertas para novas investigações). Mas, dado que me dedico há vários anos à área de saúde pública e trabalhei, no início da minha carreira, em cancro, o que me surpreendeu mais foi que – apesar de tudo – quando olhamos para esta distribuição é que temos muitas zonas onde o risco é inferior ao que seria de esperar.