Dados preliminares mostram 2021 com menos mortes e mais feridos graves nas estradas portuguesas

Nas primeiras 24 horas após os sinistros, houve 387 mortes, menos três do que as 390 verificadas no ano atípico de 2020, em que o padrão de mobilidade foi travado pela pandemia.

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Número de feridos graves resultantes da sinistralidade rodoviária aumentou 13% entre 2020 e 2021 Manuel Roberto

Os dados de sinistralidade de 2020 são incomparáveis com anos anteriores, por via das alterações no padrão de mobilidade impostas pela pandemia de covid-19, evidentes na redução de 14% na venda de combustíveis. Mas depois desse ano “atípico”, em 2021, e apesar do aumento da actividade económica e das deslocações – estimadas pela retoma da venda de gasolina e gasóleo – houve um ligeiro decréscimo no número de vítimas mortais contabilizadas nas primeiras 24 horas após os sinistros.

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Os dados de sinistralidade de 2020 são incomparáveis com anos anteriores, por via das alterações no padrão de mobilidade impostas pela pandemia de covid-19, evidentes na redução de 14% na venda de combustíveis. Mas depois desse ano “atípico”, em 2021, e apesar do aumento da actividade económica e das deslocações – estimadas pela retoma da venda de gasolina e gasóleo – houve um ligeiro decréscimo no número de vítimas mortais contabilizadas nas primeiras 24 horas após os sinistros.

Mesmo em 2020 “tivemos uma redução na sinistralidade que superou, em termos percentuais, a quebra na venda combustíveis, o que vinha já na senda do que tinha acontecido nos últimos meses de 2019”, explica ao PÚBLICO o presidente da ANSR, Rui Ribeiro, acrescentando que “esse melhor comportamento dos condutores” se prolongou pelo primeiro trimestre de 2020. “A seguir não podemos comparar com nada, para trás, porque veio a pandemia e tudo o que possamos dizer é extemporâneo”, assume.

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Faltam dados a 30 dias

Para percebermos melhor o que aconteceu, no país, ainda temos de aguardar os resultados a 30 dias – quer de 2020, cujo relatório está atrasado, quer o de 2021, cujos dados só estarão disponíveis mais tarde. Só através deles se perceberá, por exemplo, se o contraponto à redução das mortes a 24 horas, que foi o aumento dos feridos graves, de 1829 para 2067 (mais 13%), acrescenta, ou não, vítimas mortais a esta estatística. Números por detrás dos quais estão pessoas, famílias afectadas e prejuízos sociais e económicos que, em dados de 2019, se calculavam em 3.714 milhões de euros, o que equivalia, então, a praticamente 1,6% do PIB nacional.

Em 2021, do que se conhece até agora, nota-se que o regresso a uma certa normalidade teve efeitos díspares, em termos de sinistralidade, nas várias regiões do Continente, com o distrito do Porto a contribuir para uma melhoria das estatísticas (menos dez mortes), mas outros como Braga (mais treze vítimas mortais) a igualar 2019, Aveiro (mais nove) a aproximar-se do que aconteceu nesse ano, ou Setúbal (mais dez) a igualar as cifras pré-pandemia. Mas para o presidente da ANSR, mais do que olhar para estes dados parciais, que são de difícil análise, importa assumir que as 387 mortes são “inconcebíveis”, como insistiu em entrevista ao PÚBLICO.

Ainda assim, Rui Ribeiro nota que, num cenário de aumento da fiscalização, houve uma redução de 5,6% no total de infracções detectadas, com uma redução significativa (menos 17,2%) no excesso de velocidade. “Esses indicadores, ainda que de forma ténue, estão no bom caminho. Estamos a percorrer um caminho comum para chegar às zero vítimas mortais”, acredita o presidente da ANSR.