Voyage, voyage

Num ano em que, entre vacinações e teletrabalho, as plataformas de streaming e de cabo se tornaram “refúgio” de filmes que a vocação cada vez mais merceeira do mercado de distribuição e exibição já não acolhe, o cinema insistiu em seguir viagem.

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Mães Paralelas, de Pedro Almodovar

Há uma canção do francês Étienne Daho que é capaz de resumir numa frase o ano que agora se conclui (mas que, na verdade, também se pode aplicar ao ano de 2020): les voyages immobiles. Virtuais, se quisermos, nestes tempos em que se tenta seduzir com a ideia do “metaverso” — e o cinema sempre foi, de certo modo, uma invitation au voyage sem sair do mesmo sítio (não começaram os Lumière por mostrar a chegada de um comboio? Não vemos nós hoje por tudo quanto é sítio os “planos de drone” que são supostos mostrar-nos as paisagens como nunca as vimos antes? E não é tão mais bonito podermos ver as paisagens “à altura de homem” como, por exemplo, Jane Campion as filma em O Poder do Cão?).

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Há uma canção do francês Étienne Daho que é capaz de resumir numa frase o ano que agora se conclui (mas que, na verdade, também se pode aplicar ao ano de 2020): les voyages immobiles. Virtuais, se quisermos, nestes tempos em que se tenta seduzir com a ideia do “metaverso” — e o cinema sempre foi, de certo modo, uma invitation au voyage sem sair do mesmo sítio (não começaram os Lumière por mostrar a chegada de um comboio? Não vemos nós hoje por tudo quanto é sítio os “planos de drone” que são supostos mostrar-nos as paisagens como nunca as vimos antes? E não é tão mais bonito podermos ver as paisagens “à altura de homem” como, por exemplo, Jane Campion as filma em O Poder do Cão?).