Lisboa tem destes segredos
A leitora Paula Scotti partilha os seus desejos para Lisboa: “tomara que houvesse mais consciência” da importância das árvores, que “a cidade fosse cuidada com mais carinho, que as casas antigas não caíssem de abandono, e nela pudessem crescer mais crianças”.
Lisboa tem destes segredos, escondidos mas ao alcance de todos.
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Lisboa tem destes segredos, escondidos mas ao alcance de todos.
O tempo passado reflectido no presente, inundado da luz inconfundível da cidade. É Outono, mas a folhagem verde persiste, sinal de vida, do suceder tranquilo das estações. E é assim que um instante nos mostra a sua beleza, nos surpreende, fazendo prevalecer a esperança sobre o desalento, relembrando o que também nos faz ser o que somos.
Sem ir para longe. Basta levantar o olhar. As avenidas de jacarandás em flor que se cruzam com ramos ornados de amarelo, e o alcatrão das ruas subitamente transfigurado. As alamedas frondosas de tílias que sombreiam, troncos escuros e majestosos enfrentando o vento. Tomara que houvesse mais consciência destes seres mansos, suportes de vida, que em silêncio povoam o nosso espaço.
Tomara também que a cidade fosse cuidada com mais carinho, que as casas antigas não caíssem de abandono, e nela pudessem crescer mais crianças, que aprendessem a brincar em jardins de muitas cores, de pétalas e borboletas confundidas, roseirais e lagos coroados de cisnes brancos e peixes.
Essas são das melhores memórias que tenho com os meus pais e avós, grandes momentos. Partilho esta imagem em homenagem aos meus, que me ensinaram o caminho das coisas pequenas e simples, e como tributo a esta grande cidade que considero tão minha.
Paula Scotti