Não se pode voltar ao Harlem outra vez

Vale muito a pena, na Netflix, esta estreia de Rebecca Hall, rigorosa e imaginativa, severa e sonhadora.

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Passing... mulheres negras que se faziam passar por brancas

Para a sua estreia como realizadora, a actriz Rebecca Hall não escolheu terrenos confortáveis e, muito menos, neutros. Passing/Identidade (Netflix) baseia-se num romance da escritora americana Nella Larsen, um dos vultos da “renascença do Harlem”, publicado em 1929, que aborda as questões raciais a partir de um fenómeno comum na época: o passing, mulheres negras que se faziam passar por brancas de maneira a fugir ao espartilho (social, entre outros) que a sua cor de pele representava. Conhecemos Rebecca Hall como actriz britânica e branca; talvez por isso, ela teve o cuidado de escrever um texto (publicado na Vogue) a explicar o quanto as questões do filme a tocam pessoalmente, a partir da história da metade americana da sua progenitura (a mãe, a cantora de ópera Maria Ewing).

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Para a sua estreia como realizadora, a actriz Rebecca Hall não escolheu terrenos confortáveis e, muito menos, neutros. Passing/Identidade (Netflix) baseia-se num romance da escritora americana Nella Larsen, um dos vultos da “renascença do Harlem”, publicado em 1929, que aborda as questões raciais a partir de um fenómeno comum na época: o passing, mulheres negras que se faziam passar por brancas de maneira a fugir ao espartilho (social, entre outros) que a sua cor de pele representava. Conhecemos Rebecca Hall como actriz britânica e branca; talvez por isso, ela teve o cuidado de escrever um texto (publicado na Vogue) a explicar o quanto as questões do filme a tocam pessoalmente, a partir da história da metade americana da sua progenitura (a mãe, a cantora de ópera Maria Ewing).