Luxury, Art & Design Weekend voltou ao Martinhal de Sagres

Foi no último fim-de-semana, que o resort acolheu, depois de um ano de pausa, os trabalhos e projetos de vários artistas e marcas portuguesas.

Foto
Contando com cerca de 14 parceiros, foram várias as apresentações dinamizadas por artistas e marcas no hotel Martinhal, em Sagres, no passado fim-de-semana Miguel Guedes

De provar bolos com infusões e óleos essenciais a bater barro para fazer azulejos, foram várias as experiências proporcionadas na pequena aldeia circunscrita do Martinhal Family & Resorts, em Sagres, durante o fim-de-semana dedicado ao segmento de arte, design e luxo português. Deveria ser já a 10.ª edição mas devido à pandemia, que obrigou a que se perdesse um ano, durante os dias 12, 13 e 14 realizou-se a 9.ª edição do Luxury, Art e Design Weekend. 

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

De provar bolos com infusões e óleos essenciais a bater barro para fazer azulejos, foram várias as experiências proporcionadas na pequena aldeia circunscrita do Martinhal Family & Resorts, em Sagres, durante o fim-de-semana dedicado ao segmento de arte, design e luxo português. Deveria ser já a 10.ª edição mas devido à pandemia, que obrigou a que se perdesse um ano, durante os dias 12, 13 e 14 realizou-se a 9.ª edição do Luxury, Art e Design Weekend. 

Contando com cerca de 14 parceiros, foram várias as marcas e artistas que mostraram as novidades que trabalharam durante os últimos tempos ou simplesmente contaram um pouco da sua história. Foi o caso de Graça Paz, a artista portuense que decorou o espaço do Martinhal com algumas das suas peças, que sobressaíam não só pelas cores garridas, que são para Paz uma “forma de cura”, como pela obsessão pelas formas circulares que nos lembram pores-do-sol excepcionais, semelhantes aos que é possível presenciar mesmo ali, entre o areal e a água de Sagres.

Fotogaleria
Miguel Guedes

“O meu trabalho fala, de uma forma pictórica e abstracta, de uma busca interior, não de maneira narcisista, mas sobre a relação das pessoas umas com as outras, sobre como as nossas decisões e as nossas indecisões afectam muito mais do que nós próprios, mas os nossos filhos, os nossos pais, amigos”, explica a artista, que acrescenta que sempre teve um grande fascínio por tecidos e que desta vez escolheu os antigos lençóis da sua avó para pintar. 

Inês Neves e Henrique Soutinho lançaram há sete meses uma startup que alia a moda à cosmética, a Gräffenberg, e apresentam cinco peças de roupa infundidas com ingredientes activos que fazem bem à pele. Porque não basta pensar na pele do rosto, mas em todo o nosso corpo, defendem, abrindo portas ao conceito de beautywear. “A pele é o nosso maior órgão e não serve só como barreira protectora, mas absorve substâncias externas, tóxicas, nocivas e químicos”, contextualiza Inês Neves. Foi a pensar nesta capacidade de absorção que a marca desenvolveu uma tecnologia que permite que estas peças de roupa não só não agridam a pele, como cuidem dela. A partir de duas fibras, o cânhamo e o algodão orgânico, foi criado o fio G-Cotton, sendo o “g” representativo do nome da marca. Muito semelhante ao linho, o cânhamo requer menos água e pesticidas para crescer, sendo assim mais sustentável, informa.

Fotogaleria
Miguel Guedes

Um dos ingredientes activos é o cobre que está naturalmente presente no nosso corpo e, além de ser responsável pela produção de colagénio, consegue matar bactérias, fungos ou vírus, permitindo que as peças não ganhem cheiros e precisem de menos lavagens, o que já em si é um grande passo para a sustentabilidade de recursos, continua a empresária. O tecido é ainda embebido com Coenzima Q10, um antioxidante usado em vários cremes no mercado, para combater os primeiros sinais de envelhecimento. 

Com apenas uma colecção apresentada, a marca tem até agora um soutien bralette, um vestido, uns calções, um par de calças e uma camisa que, segundo os fundadores, preservam na sua essência 99% dos ingredientes activos até cem lavagens industrias. Os preços variam entre os 80 e os 200 euros. 

Entre as jóias contemporâneas e versáteis da artista Inês Nunes, cujo trabalho já foi exposto no Museu do Design e da Moda (MUDE), em Lisboa, e participou nos desfiles da ModaLisboa, havia pérolas que se transformavam em gotas e pulseiras em abraços. 

Fotogaleria
Miguel Guedes

Na área da beleza, a marca sueca de dispositivos para a pele Foreo apresentou a sua última novidade da marca, o Bear, ou seja, “o personal trainer dos músculos do rosto”, descreve Mariana Guerra, manager da marca em Portugal. Através de microcorrentes electrónicas que promovem a produção de colagénio na pele, o dispositivo é “um intermédio entre um lifting evasivo e um ioga facial”, acrescenta.

Fotogaleria
Miguel Guedes

No primeiro dia conseguimos conhecer igualmente a história da pastelaria Barü.Ba, fundada pela chef brasileira Juliana Penteado, que depois de passar por grandes restaurantes do Brasil, Londres, Paris e Lisboa, incluindo o 100 maneiras de Ljubomir Stanisic, decidiu brincar com infusões e óleos essenciais na culinária e abrir o seu próprio espaço na Calçada da Estrela. Ao Martinhal, deu a provar algumas das suas iguarias, entre elas, um biscoito com base de queijo e parmesão, feito ainda com óleo de pimenta rosa e um bolo de maçã com especiarias e um creme inglês, com infusão de chá honey chai, que para além do sabor intenso, perfumavam a sala. “A minha mãe sempre me tratou e às minhas irmãs com óleos essenciais e achei interessante trazer isso para a culinária, despertar a curiosidade dos sentidos, com a cor, o olfacto e a textura”, explicou a chef na apresentação.

Fotogaleria

No dia seguinte, a Suavinex, marca de área da puericultura, apresentou as novas chuchas para prematuros e o recente biberão Zerozero, que com uma bolsa de silicone no interior, não só simula as glândulas mamárias da mãe, como impede a acumulação de ar no ato de sucção, ao deixar passar mais ou menos líquido, dependendo da dureza com que o bebé mama e evitando as cólicas. 

Fotogaleria
Miguel Guedes

E o evento terminou com um workshop de azulejaria dinamizado pelo atelier Aresta Viva, em que não só tivemos a oportunidade de amassar o barro, criar formas, como pintar azulejos - uma arte que apenas nos últimos tempos tem voltado a ganhar popularidade e prestígio entre o mundo do design, relembram os fundadores e irmãos, Rui e Maria, que mantém viva uma tradição que corre na família desde 1989. “Este nome surgiu com a nossa mãe, éramos nós pequeninos, nós crescemos com isto, a ver a aula da minha mãe, a experimentar com o barro e fomos criando um amor por isto sem dar por isso”, contaram.

Foto
No workshop de azulejaria foi possível aprender a moldar o barro e a pintar as peças Miguel Guedes

Terminada a nona edição, o Luxury, Art & Design Weekend voltará a ocupar o Martinhal, segundo as previsões, por volta da mesma altura em 2022. 


O PÚBLICO esteve hospedado no Martinhal Family & Resorts, em Sagres, a convite do mesmo.
Texto editado por Bárbara Wong