Steve Bannon indiciado por desobediência depois de recusar depor sobre ataque ao Capitólio

Antigo conselheiro de Donald Trump foi indiciado por um crime de desobediência e ainda por se ter recusado a fornecer documentos na sequência de uma intimação enviada pela comissão da Câmara dos Representantes que investiga o ataque ao Capitólio.

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Steve Bannon foi indiciado por um crime de desobediência ao ter desafiado uma intimação da comissão que investiga o ataque ao Capitólio Reuters/ANDREW KELLY

Steve Bannon, antigo conselheiro e aliado do ex-presidente norte-americano Donald Trump, foi esta sexta-feira indiciado por dois crimes de desobediência, depois de ter recusado depor perante a comissão da Câmara dos Representantes que investiga o ataque ao Capitólio.

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Steve Bannon, antigo conselheiro e aliado do ex-presidente norte-americano Donald Trump, foi esta sexta-feira indiciado por dois crimes de desobediência, depois de ter recusado depor perante a comissão da Câmara dos Representantes que investiga o ataque ao Capitólio.

O Departamento de Justiça divulgou que Steve Bannon, de 67 anos, foi indiciado por um crime de desobediência, após se ter recusado a comparecer para um depoimento, e um outro por se recusar a fornecer documentos na sequência da intimação enviada pela comissão de investigação.

Não ficou imediatamente claro quando é que Bannon será presente a tribunal, noticia a agência AP. O procurador-geral Merrick Garland destacou que esta acusação reflecte o “compromisso inabalável” do Departamento de Justiça em garantir que se cumpre o estado de direito.

Cada acusação acarreta um mínimo de 30 dias de prisão e uma pena de até um ano. O advogado de Steve Bannon ainda não respondeu a um pedido de reacção.

A 22 de Outubro, a Câmara dos Representantes declarou Steve Bannon em desobediência ao Congresso por desafiar uma intimação da comissão que investiga o ataque ao Capitólio, por 229 votos a favor e 202 contra, com a maioria dos legisladores republicanos a votar “não”, apesar das consequências potenciais para o Congresso se as testemunhas puderem ignorar as suas requisições.

A votação da Câmara remetia o assunto para o gabinete do procurador dos EUA em Washington, onde cabe aos procuradores decidir se o caso será apresentado a um grande júri para possíveis acusações criminais.

Também Mark Meadows, ex-chefe de gabinete do ex-presidente republicano, recusou esta sexta-feira prestar declarações perante a Comissão. O presidente do painel que investiga o ataque ao Capitólio revelou esta sexta-feira que também vai recomendar uma acusação contra Meadows.

"Vou recomendar um (caso de) desobediência ao Congresso na próxima semana – da mesma forma que fizemos em relação a Steve Bannon. Provavelmente, faremos a vários outros”, revelou o congressista Bennie Thompson.

O advogado do ex-chefe de gabinete de Trump, George Terwilliger, realçou em comunicado que o seu cliente “discorda veementemente” da iniciativa da Comissão para divulgar documentos da Casa Branca que possam implicar o ex-presidente.