China vai punir “defensores da independência de Taiwan”

Senadores do Partido Republicano propõe um aumento do apoio financeiro a Taiwan, afirmando que a defesa do território “é crítica para a retenção da credibilidade dos Estados Unidos”.

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Os EUA querem que Taiwan desenvolva a capacidade de mobilidade das suas tropas Reuters/ANN WANG

O Governo chinês anunciou, esta sexta-feira, que os defensores da independência de Taiwan poderão ser responsabilizados criminalmente até ao fim das suas vidas. O progressivo aumento da tensão por parte de Pequim levou os senadores do Partido Republicano dos Estados Unidos a pedirem, na noite de quinta-feira, um aumento anual de dois mil milhões de dólares para o reforço da defesa de Taiwan.

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O Governo chinês anunciou, esta sexta-feira, que os defensores da independência de Taiwan poderão ser responsabilizados criminalmente até ao fim das suas vidas. O progressivo aumento da tensão por parte de Pequim levou os senadores do Partido Republicano dos Estados Unidos a pedirem, na noite de quinta-feira, um aumento anual de dois mil milhões de dólares para o reforço da defesa de Taiwan.

Numa curta declaração citada pela agência Reuters, uma porta-voz do departamento chinês responsável pelas relações com Taiwan disse que a China tem uma lista de pessoas que são “teimosamente pró-independência de Taiwan”.

Para já, as pessoas cujos nomes estão nessa lista serão impedidas de entrar na China e nas regiões especiais de Hong Kong e Macau, e não poderão receber dinheiro da China continental.

Após meses de tensão no Estreito de Taiwan — com inúmeras incursões de caças, bombardeiros e navios de guerra chineses nas zonas aéreas e marítimas que precedem as áreas dominadas por Taiwan —, os senadores norte-americanos do Partido Republicano submeteram uma proposta de lei, na quinta-feira, para um aumento de dois mil milhões de dólares (1,7 mil milhões de euros) na ajuda militar anual ao território.

A ser aprovada, o Governo taiwanês receberá a nova verba, pelo menos, até 2032.

O principal proponente é o senador Jim Risch, que é o líder dos republicanos na Comissão de Relações Internacionais do Senado. Os restantes signatários são todos do Partido Republicano: Mike Crapo, John Cornyn, Bill Hagerty, Mitt Romney e Marco Rubio.

Ainda não é certo que a proposta venha a ter apoio do Partido Democrata, cujos senadores são essenciais para que o aumento do apoio a Taiwan seja aprovado. O tema da segurança de Taiwan é um dos poucos assuntos que unem os dois partidos, mas a actual recusa dos republicanos em permitirem a aprovação de algumas das principais promessas do Presidente Joe Biden pode dificultar o processo.

Facilitar venda de armamento

A proposta tem várias condições que Taiwan teria de cumprir, incluindo um aumento nos gastos de defesa na mesma ordem do valor proposto pelos republicanos, e a assinatura de um acordo de desenvolvimento conjunto de longo prazo.

Nos últimos anos, os EUA têm pressionado Taiwan a investir mais na sua capacidade militar, principalmente no desenvolvimento de forças móveis que seriam de mais difícil identificação pelo Exército chinês em caso de ataque.

Além disso, a proposta dos republicanos inclui uma alteração à lei de financiamento militar dos EUA que tornaria mais simples a venda de armas a Taiwan.

“A defesa de Taiwan é crítica para a retenção da credibilidade dos Estados Unidos como defensor dos valores democráticos e dos princípios do mercado livre, que são valores corporizados no povo e no Governo de Taiwan”, dizem os senadores republicanos.

O Presidente dos EUA, Joe Biden, reafirmou o compromisso dos EUA com a defesa de Taiwan e criticou as acções da China. Pequim critica Washington por apoiar militarmente Taiwan e enviar navios de guerra para o Estreito de Taiwan.

Na quarta-feira, o Departamento de Defesa dos EUA enviou ao Congresso norte-americano o seu relatório anual sobre o poderio militar chinês e reiterou as suas preocupações com o aumento da pressão da China sobre Taiwan.