Tenho lido, desde o chumbo da proposta de Orçamento de Estado para 2022 no Parlamento na semana passada, elogios à democracia portuguesa, porque vamos para eleições. As pessoas vão expressar a sua vontade através do voto – que será respeitado –, o povo é soberano, as eleições decorrerão com serenidade e civismo (tirando os grunhos do partido de extrema-direita), etc e tal. Percebo o ponto, mas discordo. Sim, uma clarificação das escolhas dos eleitores desanuvia ambientes de fim de ciclo e relegitima linhas de ação políticas. No entanto, uma democracia não se esgota na existência de eleições. E se em 47 anos aprendemos a votar e a respeitar eleições, a verdade é que nos outros pormenores incontornáveis das democracias liberais falhamos vez atrás de vez.
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Tenho lido, desde o chumbo da proposta de Orçamento de Estado para 2022 no Parlamento na semana passada, elogios à democracia portuguesa, porque vamos para eleições. As pessoas vão expressar a sua vontade através do voto – que será respeitado –, o povo é soberano, as eleições decorrerão com serenidade e civismo (tirando os grunhos do partido de extrema-direita), etc e tal. Percebo o ponto, mas discordo. Sim, uma clarificação das escolhas dos eleitores desanuvia ambientes de fim de ciclo e relegitima linhas de ação políticas. No entanto, uma democracia não se esgota na existência de eleições. E se em 47 anos aprendemos a votar e a respeitar eleições, a verdade é que nos outros pormenores incontornáveis das democracias liberais falhamos vez atrás de vez.