G20 compromete-se a limitar subida da temperatura média em 1,5ºC

Documento ainda sujeito a alterações refere o empenho dos líderes dos países mais ricos em cumprir as metas do Acordo de Paris.

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REUTERS/Yara Nardi

Os países mais ricos do mundo comprometeram-se a adoptar medidas urgentes para limitar a subida da temperatura média da Terra a 1,5ºC nas próximas décadas, de acordo com o esboço de um comunicado que vai ser debatido em Roma no fim-de-semana.

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Os países mais ricos do mundo comprometeram-se a adoptar medidas urgentes para limitar a subida da temperatura média da Terra a 1,5ºC nas próximas décadas, de acordo com o esboço de um comunicado que vai ser debatido em Roma no fim-de-semana.

Os 20 países mais industrializados, e mais poluidores, do planeta reúnem-se a partir de sábado em Roma, dias antes de também participarem na cimeira do clima, a COP26, em Glasgow, organizada pelas Nações Unidas.

Num esboço de um comunicado, sujeito ainda a alterações, consultado pela Reuters, os governantes do G20 dizem estar empenhados em reduzir as emissões de dióxido carbono de forma a limitar a subida da temperatura média a 1,5ºC até 2050. Esta meta está em linha com o que tinha sido definido na última cimeira do clima, que produziu o Acordo de Paris, que recomendava que a subida da temperatura do planeta ficasse “bastante abaixo” dos 2ºC.

O documento cita os “apelos da comunidade científica” e os “relatórios alarmantes do IPCC [Painel Intergovernamental das Alterações Climáticas]” para anunciar o compromisso dos 20 países mais ricos em “enfrentar o desafio existencial das alterações climáticas”. “Reconhecemos que os impactos da mudança climática em 1,5ºC são muito mais reduzidos do que a 2ºC e que devem ser tomadas acções imediatas para manter [a meta de] 1,5ºC num alcance próximo”, lê-se no comunicado.

O G20 diz ainda reconhecer a “importância de se alcançar emissões nulas de gases com efeito de estufa ou a neutralidade carbónica até 2050”. No entanto, nota a Reuters, a referência a 2050 aparece entre parêntesis, o que pode indiciar que se trata de uma meta sujeita a negociação.

Alguns dos países mais poluidores, como a China, a Índia ou o Brasil, têm dito não conseguir cumprir as metas acordadas em Paris de redução da dependência de combustíveis fósseis.

A COP26 tem sido definida como um encontro decisivo para que o impacto causado pelas alterações climáticas possa ser mitigado nas próximas décadas. A subida da temperatura média do planeta será responsável por tornar vastas regiões do planeta, onde hoje vivem milhões de pessoas, inabitáveis, enquanto noutras zonas a subida do nível médio da água do mar irá deixar cidades inteiras submersas.

Segundo o IPCC, para que a subida da temperatura média se fique em 1,5ºC, as emissões globais de dióxido carbono devem chegar a zero até 2050.

No entanto, a expectativa é baixa, sobretudo depois da anunciada ausência de líderes fundamentais, como o Presidente chinês, Xi Jinping, o Presidente russo, Vladimir Putin, ou o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida. Outros marcam presença, como o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, mas rejeitou fixar uma meta para que o segundo país mais populoso do mundo atinja a neutralidade carbónica.