Um pecado

Com o seu jeito de telefilme daqueles que cortados às postas depois também dão uma “série”, Fátima é apenas um grande pecado cinematográfico.

Foto
DR

Excluindo os sinais mais evidentes da tecnologia moderna (como os planos de drone, essa praga digna dum Deus do Antigo Testamento), Fátima é um filme que podia ter vindo, estética e ideologicamente, dos anos 50 — mas mesmo os filmes dos anos 50 sobre o mesmo assunto, como o The Miracle of Our Lady of Fatima de John Brahm (1952), que usava Fátima como peça do puzzle anti-comunista que o “mccarthyismo” promovia em Hollywood, podiam ser abençoados por uma imaginação kitsch, o que está longe de ser o caso aqui. Fátima revê e reproduz todos os clichés associados às aparições de 1917 com a mesma convicção com que um filme “oficial” do santuário de Fátima o faria.

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Excluindo os sinais mais evidentes da tecnologia moderna (como os planos de drone, essa praga digna dum Deus do Antigo Testamento), Fátima é um filme que podia ter vindo, estética e ideologicamente, dos anos 50 — mas mesmo os filmes dos anos 50 sobre o mesmo assunto, como o The Miracle of Our Lady of Fatima de John Brahm (1952), que usava Fátima como peça do puzzle anti-comunista que o “mccarthyismo” promovia em Hollywood, podiam ser abençoados por uma imaginação kitsch, o que está longe de ser o caso aqui. Fátima revê e reproduz todos os clichés associados às aparições de 1917 com a mesma convicção com que um filme “oficial” do santuário de Fátima o faria.