Como destruir a reputação de um homem honrado

O Governo decidiu estragar de forma catastrófica a saída de Gouveia e Melo da liderança da task force da vacinação.

Esta semana tinha planeado escrever um artigo celebratório, que já tinha título e tudo: “Um grande hurra ao vice-almirante Gouveia e Melo”. Queria sublinhar a importância do seu papel ao longo deste ano tão difícil. Mostrar como tinha sido decisiva a substituição na task force de um homem da confiança política do Governo por uma figura independente e acima das querelas partidárias. Perguntar quantos Gouveias e Melos haverá espalhados por este país, gente extremamente competente e disponível para servir a sociedade, mas que nunca tem uma verdadeira oportunidade para meter mãos à obra por lhe faltar o cartão do partido e os números de telefone certos. Queria lamentar que não fosse uma absoluta prioridade para o país encontrar mais pessoas destas, e ir aos poucos valorizando a competência em detrimento da militância. Queria até elogiar o camuflado do vice-almirante, explicar o seu simbolismo, e declarar que não tem preço aquilo que Gouveia e Melo fez pelo prestígio das Forças Armadas portuguesas desde que assumiu a coordenação da task force da vacinação em Fevereiro deste ano – até porque não há sociedade decente sem respeito e orgulho por quem decidiu seguir a carreira militar e, em última análise, se predispôs a dar a sua vida pela defesa do país.

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Esta semana tinha planeado escrever um artigo celebratório, que já tinha título e tudo: “Um grande hurra ao vice-almirante Gouveia e Melo”. Queria sublinhar a importância do seu papel ao longo deste ano tão difícil. Mostrar como tinha sido decisiva a substituição na task force de um homem da confiança política do Governo por uma figura independente e acima das querelas partidárias. Perguntar quantos Gouveias e Melos haverá espalhados por este país, gente extremamente competente e disponível para servir a sociedade, mas que nunca tem uma verdadeira oportunidade para meter mãos à obra por lhe faltar o cartão do partido e os números de telefone certos. Queria lamentar que não fosse uma absoluta prioridade para o país encontrar mais pessoas destas, e ir aos poucos valorizando a competência em detrimento da militância. Queria até elogiar o camuflado do vice-almirante, explicar o seu simbolismo, e declarar que não tem preço aquilo que Gouveia e Melo fez pelo prestígio das Forças Armadas portuguesas desde que assumiu a coordenação da task force da vacinação em Fevereiro deste ano – até porque não há sociedade decente sem respeito e orgulho por quem decidiu seguir a carreira militar e, em última análise, se predispôs a dar a sua vida pela defesa do país.