Conselho Nacional do PSD para analisar autárquicas e convocar directas será em Lisboa em Outubro

Na reunião da direcção foi feito um balanço sobre o resultado autárquico — positivo, tal como na noite eleitoral —, mas não se debateu uma eventual recandidatura de Rui Rio à presidência do partido.

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Rui Rio considera que o partido teve “um excelente resultado”, que o coloca em “melhores condições de vencer as eleições” legislativas de 2023 LUSA/TIAGO PETINGA

O Conselho Nacional do PSD vai reunir-se em meados de Outubro, em Lisboa, para analisar os resultados das eleições autárquicas de domingo e marcar as directas e o Congresso do partido.

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O Conselho Nacional do PSD vai reunir-se em meados de Outubro, em Lisboa, para analisar os resultados das eleições autárquicas de domingo e marcar as directas e o Congresso do partido.

O tema fez parte da reunião desta terça-feira à tarde da Comissão Política do partido, que apontou 14 de Outubro como a data mais provável e Lisboa como local fechado, sendo este o primeiro Conselho Nacional do PSD sob a liderança de Rui Rio a realizar-se na capital, depois da vitória autárquica do social-democrata Carlos Moedas no domingo neste concelho.

Na reunião da direcção, segundo relatos feitos à Lusa, foi feito um balanço sobre o resultado autárquico - positivo, tal como na noite eleitoral -, mas não se debateu uma eventual recandidatura de Rui Rio à presidência do partido.

Na madrugada de segunda-feira, Rio considerou que o partido teve “um excelente resultado”, que o coloca em “melhores condições de vencer as eleições” legislativas de 2023, mas não quis ainda confirmar se será recandidato à liderança do PSD, para não misturar temas da vida interna com as autárquicas.

O PS venceu as autárquicas de domingo com 149 câmaras (148 sozinho e uma em coligação) e o PSD conquistou 114 autarquias (72 sozinho e 42 em coligação), melhorando os resultados das autárquicas de 2013 e de 2017, e com a vitória dos sociais-democratas em Lisboa, Coimbra, Portalegre ou Funchal.

Esta terça-feira, num artigo no jornal PÚBLICO, o eurodeputado Paulo Rangel defendeu igualmente que “não é ainda o tempo” da clarificação ou debate interno no PSD, mas de fazer “uma análise fina e detalhada” dos resultados autárquicos. “A seu tempo, virá o ciclo eleitoral normal do PSD e, aí sim, cada militante será chamado a assumir as suas responsabilidades”, referiu, sem clarificar qual será o seu papel nesse ciclo.

Até agora, outros potenciais candidatos à liderança, como Luís Montenegro ou Jorge Moreira da Silva, mantêm-se em silêncio sobre as eleições autárquicas.

Em entrevista à TVI na segunda-feira, o antigo dirigente do PSD Carlos Carreiras disse acreditar que Rio pode sair da liderança do PSD, revelou que o seu “vice” em Cascais, Miguel Pinto Luz, não avançará na corrida interna do partido e confirmou que existem “pontes” deste com Paulo Rangel.

Se se mantiver um calendário semelhante a 2018 e 2020, as directas deverão realizar-se em meados de Janeiro e o congresso cerca de um mês depois, com um espaço para uma segunda volta, caso haja mais de dois candidatos.

Nas autárquicas de domingo e em relação a 2017, o PSD conquistou 32 novas autarquias, mas também perdeu 16, ficando com um saldo positivo de 16 em relação há quatro anos e vai liderar nove das 18 capitais de distrito (contra cinco do PS) e as duas capitais das Regiões Autónomas.

Em 2017, o PSD teve o seu pior resultado de sempre, que levou à demissão do anterior líder, Pedro Passos Coelho: os sociais-democratas conquistaram 98 presidências (79 sozinhos e 19 em coligação), perdendo oito câmaras em relação a 2013, quando totalizavam 106 concelhos.

Além de mais câmaras e mais eleitos do que nas duas últimas autárquicas, os sociais-democratas tinham também apontado como meta encurtar a distância para o PS, que passou de 63 para 35 com os resultados de domingo.