Scholz relaciona a crise de combustíveis no Reino Unido com o “Brexit”

O combustível atingiu, esta segunda-feira, o preço mais elevado dos últimos oito anos no Reino Unido e começa a escassear nos postos de combustível.

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Reuters/POOL

Olaf Scholz, o social-democrata que ganhou as eleições na Alemanha e pode vir a ser o próximo chanceler alemão, referiu esta segunda-feira que a crise de combustível no Reino Unido está relacionada com o fim da livre circulação trazido pelo “Brexit”.

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Olaf Scholz, o social-democrata que ganhou as eleições na Alemanha e pode vir a ser o próximo chanceler alemão, referiu esta segunda-feira que a crise de combustível no Reino Unido está relacionada com o fim da livre circulação trazido pelo “Brexit”.

“O direito à livre circulação de trabalhadores faz parte da União Europeia e trabalhámos arduamente para convencer os britânicos para não saírem da união”, disse o ainda ministro das Finanças do Governo de coligação liderado pela chanceler Angela Merkel. “Eles decidiram de outra maneira e espero que consigam lidar com os problemas daí advindos.”

O líder do Partido Social-Democrata alemão (SPD), que venceu as eleições deste domingo e vai agora tentar negociar uma coligação governativa, garantiu que todos estão empenhados nessa “ideia importante" de conseguir que haja “boas relações entre a UE e o Reino Unido”, no entanto, este continua a ser “um problema a resolver”.

Vários Estados-membros, Alemanha incluída, estão a ver-se a braços com a falta de motoristas de veículos pesados para transportes de bens, no entanto, ao contrário do que tem acontecido no Reino Unido, as empresas da UE têm conseguido socorrer-se de cidadãos dos países vizinhos para colmatar as faltas.

A crise combustível britânica tem vindo em crescendo e esta segunda-feira os combustíveis atingiram o preço mais elevado dos últimos oito anos​, ao mesmo tempo que começavam a escassear nos postos de abastecimento. Nos supermercados também se começavam a notar prateleiras vazias.

As autoridades apelaram à calma e os fornecedores de combustíveis esperam voltar ao normal “nos próximos dias”. Enquanto isso, o Exército foi colocado em prontidão para eventualmente auxiliar no abastecimento, mas o Governo não aprovou que sejam militares a conduzir os camiões.

Com os problemas desabastecimento o impacto do “​Brexit”​ voltou a ganhar o centro do debate. Segundo a Transport Intelligence, o “Brexit” tornou “legalmente impossível o recrutamento de motoristas estrangeiros de veículos pesados” e pandemia levou à saída do Reino Unido de muitos motoristas da Europa do Leste.

O número de condutores de veículos pesados da UE a trabalhar no Reino Unido aumentou de 10 mil para 45 mil entre 2010 e 2017. No início de 2020, o valor baixou para 42 mil. De Março a Junho do ano passado, o número declinou para 25 mil, recuperando ligeiramente para os 28 mil no final do ano.