Galopim de Carvalho homenageado pela Associação Portuguesa de Geólogos

O geólogo português que completou 90 anos no passado mês de Agosto será homenageado este sábado na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Quem quiser assistir ao evento, no local ou por videoconferência, só precisa fazer uma inscrição.

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António Galopim de Carvalho e a sua célebre colecção de gravatas com dinossauros Rui Gaudêncio

António Galopim de Carvalho será homenageado este sábado pela Associação Portuguesa de Geólogos (APG). A sessão “Divulgação científica, parte importante de uma história de vida”, que decorre durante toda a manhã na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), faz parte da 13.ª reunião anual da APG e oferece a oportunidade para ver e ouvir o geólogo português conhecido como “avô dos dinossáurios”. Um dia antes, esta sexta-feira ao final do dia, Galopim de Carvalho estará também no Museu Nacional de História Natural, no Jardim Botânico de Lisboa e no Jardim do Príncipe Real participando no programa da Noite Europeia dos Investigadores numa inevitável conversa sobre dinossauros.

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António Galopim de Carvalho será homenageado este sábado pela Associação Portuguesa de Geólogos (APG). A sessão “Divulgação científica, parte importante de uma história de vida”, que decorre durante toda a manhã na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), faz parte da 13.ª reunião anual da APG e oferece a oportunidade para ver e ouvir o geólogo português conhecido como “avô dos dinossáurios”. Um dia antes, esta sexta-feira ao final do dia, Galopim de Carvalho estará também no Museu Nacional de História Natural, no Jardim Botânico de Lisboa e no Jardim do Príncipe Real participando no programa da Noite Europeia dos Investigadores numa inevitável conversa sobre dinossauros.

A homenagem, justifica escusadamente a direcção da APG, acontece “pelo seu inestimável contributo nas áreas da Sedimentologia, Estratigrafia, Paleontologia e Geologia Marinha, sendo uma referência nestas áreas tanto a nível nacional como a nível internacional”. E acrescentam: “Destaca-se, igualmente, a sua extraordinária aptidão para a comunicação e divulgação científica, levando as Geociências a um público bastante vasto”. 

António Galopim de Carvalho falou recentemente com o PÚBLICO a poucos dias de completar os seus 90 anos de vida, com muitos dos quais dedicados a uma carreira marcante em Portugal que o levaram a tornar-se uma figura pública reconhecida. Na entrevista publicada no dia do seu aniversário, 11 de Agosto, o geólogo português debruçou-se sobre o passado e o presente. Lembrou, por exemplo, como e porquê usou o seu fascínio (e o de muitas outras pessoas) por dinossauros para revitalizar o Museu Nacional de História Natural, em Lisboa, no início da década de 90. Demonstrou ainda como, fora das portas do “seu” museu, defendeu o património geológico, em particular de jazidas com pegadas de dinossauros. 

Falou da altura em que terá sido “forçado” a deixar o museu há quase duas décadas, no momento em que terão tentado atirá-lo para uma prateleira. “Saí porque o primeiro-ministro Durão Barroso não me deixou lá ficar. Tinha-me jubilado dois anos antes e, para continuar, tinha de ter autorização do primeiro-ministro e não tive”, esclareceu confirmando que, nesse momento, sentiu que o queriam colocar “na prateleira”. Mas, gaba-se: “Eu saltei da prateleira! Eles puseram-me na prateleira, eu não quis lá ficar”.

Entre muitas outras histórias, poderá contar como ficou conhecido como o “pai dos dinossáurios” e poderá dar mais detalhes sobre a “birra” que fez com que nunca usasse a palavra mais comum para estes animais extintos. “Eu por birra, se quiser, continuo a dizer “dinossáurio”. Se formos ao dicionário da Academia das Ciências, aceita as duas versões. De facto, quem sabe da língua diz que se deve dizer “dinossauro”. Eu não sei porquê, mas eles explicam. Os paleontólogos – quem faz as palavras é quem mexe nelas – diziam “dinossáurio”. É uma birra”, confessou ao PÚBLICO.

Em vez da prateleira, continuou a trabalhar nos últimos 18 anos, a escrever e a acordar às quatro da manhã “cheio de ideias e vontade”. Actualmente, convertido às novas tecnologias e contando já com mais de 23 mil seguidores no Facebook, o “pai dos dinossáurios” que já se tornou avô partilha memórias, reflexões e ensinamentos que vão da geologia à arte e receitas de culinária. Tem hoje mais de 30 livros publicados. Assume que gosta das “massagens ao ego” nas redes sociais e que “sabe muito bem ouvir palavras simpáticas” porque o encorajam “a continuar”. Hoje, tem mais um incentivo promovido pela APG.

Quem não conseguir assistir à sessão de homenagem marcada para a manhã de sábado tem uma oportunidade na véspera. Esta sexta-feira, Galopim de Carvalho é um dos convidados para uma conversa com o público (sobre dinossáurios) no âmbito do programa para a Noite Europeia dos Investigadores no Museu Nacional de História Natural, no Jardim Botânico de Lisboa e no Jardim do Príncipe Real que decorre esta sexta-feira entre as 16h e as 23h.