“Nós temos o primeiro-ministro de bazuca à cintura”, critica Rui Rio

Em campanha no Porto, o líder do PSD, Rui Rio, volta a atacar António Costa por causa do PRR e diz que actual Governo é “centralista” e deixou o Porto “para trás”.

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LUSA/JOSÉ COELHO

O presidente do PSD acusou este domingo o Governo de deixar o Porto para trás e a Câmara liderada por Rui Moreira de não ter “força política” para se impor, apontando como exemplo a situação da TAP.

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O presidente do PSD acusou este domingo o Governo de deixar o Porto para trás e a Câmara liderada por Rui Moreira de não ter “força política” para se impor, apontando como exemplo a situação da TAP.

“A TAP abandonou já relativamente o país, só aparece cá para receber os nossos impostos, mas abandonou o aeroporto Sá Carneiro, o Governo não se interessa por isso e a câmara não tem força política para se impor a um Governo que deixa o Porto para trás”, afirmou Rui Rio.

Rio participou, com o candidato do PSD, num desfile de carros clássicos pela cidade e ouviu Vladimiro Feliz prometer, se for eleito, o regresso do circuito da Boavista, uma iniciativa que começou nos anos 30, recuperada pelo líder do PSD quando foi autarca e interrompida pelo actual executivo camarário.

“O Porto tem perdido, tem perdido com uma câmara que não é eficaz e com um Governo que não é eficaz e que é centralista”, acusou.

O líder do PSD, que tem pedido aos eleitores para no dia 26 de Setembro castigarem o Governo e o PS, apelou a um “aviso à navegação” a António Costa.

“Estou convencido que, aqui no Porto e por todo o país, o povo vai dar resposta adequada a esta situação fazendo um aviso à navegação e dizer que o país tem de se desenvolver e o desenvolvimento do país é de norte a sul e passando pelas regiões autónomas”, defendeu.

Depois de no sábado ter acusado o primeiro-ministro e líder do PS de “andar de bazuca em punho”, Rio parafraseou uma música de Ary dos Santos para voltar ao tema.

“Há a canção da menina ‘com um ribeiro à cintura’, nós temos o primeiro-ministro de bazuca à cintura”, criticou, referindo-se às muitas referências de António Costa na campanha autárquica ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Além do exemplo da TAP, Rio apontou outros que mostram que “o Governo não quer mudar nada, não quer descentralizar nada”.

“O Governo anterior do PSD e CDS-PP determinou que a sede do banco de fomento era no Porto. Chegou este Governo e, automaticamente, não só o banco do fomento não sai do sítio como o pouco que existe foi levado para Lisboa. Ou aquela promessa de que o Infarmed vinha para o Porto, o primeiro-ministro disse cinco vezes - não sei se disse ‘read my lips’ [leiam os meus lábios] - e o Infarmed não foi para Porto rigorosamente nenhum”, lamentou.

Numa cidade em que foi autarca durante 12 anos, Rio não resistiu a lembrar algumas das suas antigas bandeiras, como a reabilitação urbana, a coesão social e a mobilidade, e os “grandes eventos internacionais” que trouxe à cidade.

“Tanta coisa que fizemos acabou, quando gerimos em função do interesse público não podemos destruir o que de bom os anteriores fizeram”, disse, em mais uma ‘farpa’ a Rui Moreira.

Numa manhã cheia de sol, foram várias as dezenas de automóveis antigos que se concentraram junto ao forte de São João Baptista.

Rui Rio partiu como copiloto de Vladimiro Feliz num Citroen verde ‘boca de sapo’ e, a meio, trocou para um Rolls Royce preto - como o da “rainha de Inglaterra”, frisou - e foi nele que chegou, ainda à pendura, a acelerar até ao Parque da Cidade.

Nas intervenções, marcaram presença o anterior candidato autárquico do partido no Porto, Álvaro Almeida (que, entretanto, se incompatibilizou com o líder do PSD), e o presidente da distrital do Porto, Alberto Machado, que ouviram Vladimiro Feliz na primeira fila e Rui Rio já num lugar mais discreto, à sombra.

A campanha do líder do PSD, que já começou a sua volta nacional para as autárquicas em 25 de Agosto, foi mais leve, apenas com uma iniciativa a acabar perto da hora de almoço, retomando na segunda-feira o ritmo normal, com quatro pontos, incluindo um de contacto com a população a bordo do autocarro de dois andares que Rui Rio usou nas suas campanhas autárquicas, conhecido como “Marlene”.