O murro amável e o murro-murro

Na política portuguesa, há duas questões que não são “amáveis”, são de murro mesmo: não tanto o Orçamento, mas a negociação do Orçamento, e saber se o PSD será capturado pela direita radical.

Há críticas ao PCP parecidas com as críticas ao PSD: os seus radicais acusam-no de ser meigo com o PS, e por isso ter uma crise de influência eleitoral, e, de passagem, de “salvar” o Governo. O que está implícito nesta crítica é que, se PCP e PSD levantassem mais a voz, e se recusassem qualquer entendimento com o Governo e o PS, estariam a subir nas sondagens e teriam melhores resultados nas eleições autárquicas. No PCP, o objectivo dessas críticas seria o desejo de que o partido fosse mais duro nos conflitos sociais, no Parlamento, e, por fim, que inviabilizasse o Orçamento. As coisas só não são mais explícitas porque mesmo os radicais contra o PCP têm medo que a inviabilização do Orçamento pudesse levar a eleições e sabem que uma crise de influência da sua “esquerda” significaria não só um reforço do PS, como um reforço da direita mais radical.

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Há críticas ao PCP parecidas com as críticas ao PSD: os seus radicais acusam-no de ser meigo com o PS, e por isso ter uma crise de influência eleitoral, e, de passagem, de “salvar” o Governo. O que está implícito nesta crítica é que, se PCP e PSD levantassem mais a voz, e se recusassem qualquer entendimento com o Governo e o PS, estariam a subir nas sondagens e teriam melhores resultados nas eleições autárquicas. No PCP, o objectivo dessas críticas seria o desejo de que o partido fosse mais duro nos conflitos sociais, no Parlamento, e, por fim, que inviabilizasse o Orçamento. As coisas só não são mais explícitas porque mesmo os radicais contra o PCP têm medo que a inviabilização do Orçamento pudesse levar a eleições e sabem que uma crise de influência da sua “esquerda” significaria não só um reforço do PS, como um reforço da direita mais radical.