A volta do BE começa e acaba no Porto, mas com os olhos em Lisboa

A Área Metropolitana de Lisboa será uma das mais visitadas na campanha dos bloquistas. O programa de festas ainda é provisório, mas prevê o regresso das tradicionais arruadas e comícios presenciais.

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O BE não esconde a ambição de manter a vereação em Lisboa num possível acordo pós-eleitoral com Fernando Medina LUSA/RODRIGO ANTUNES

A dias do arranque da campanha oficial das eleições autárquicas, os partidos começam a revelar os trajectos e as suas apostas. No Bloco De Esquerda, a caravana autárquica arrancará e terminará no Porto, mas as atenções estarão centradas em Lisboa, que será a mais provável escolha do partido para acompanhar os resultados da noite eleitoral.

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A dias do arranque da campanha oficial das eleições autárquicas, os partidos começam a revelar os trajectos e as suas apostas. No Bloco De Esquerda, a caravana autárquica arrancará e terminará no Porto, mas as atenções estarão centradas em Lisboa, que será a mais provável escolha do partido para acompanhar os resultados da noite eleitoral.

A candidata a Lisboa e deputada parlamentar Beatriz Gomes Dias foi a escolha do partido para agarrar a vereação autárquica e afastar definitivamente o “fantasma” do caso Ricardo Robles. Sem acordo pré-eleitoral, o Bloco tem vindo a repetir que tem “toda a disponibilidade” para reeditar o acordo pós-eleições com os socialistas na Câmara de Lisboa e argumenta que é o PS quem não tem abertura para acordos, quer a nível local, quer a nível nacional. “O PS quer sempre maioria absoluta”, resume Catarina Martins.

O lugar da vereação em Lisboa poderá ser disputado com a CDU, que candidata o comunista João Ferreira e sinalizou como “positivo” para voltar a assumir um pelouro. Apesar dos sinais de proximidade dados pelo PCP em relação ao PS, o jogo entre os dois partidos é tenso, até porque uns quilómetros abaixo, a CDU tentará recuperar o seu antigo bastião: a autarquia de Almada, perdida para o PS em 2017. Pelo BE, será a parlamentar Joana Mortágua, eleita vereadora nas últimas eleições, a responsável por agarrar os resultados (ou reforçá-los). Porto (que será disputado pelo sociólogo Sérgio Aires) e Setúbal serão também apostas do partido, que guarda três dias de visita para cada um destes distritos.

Desde que concorre às eleições autárquicas, há mais de 20 anos, o BE conseguiu apenas a presidência de uma câmara: Salvaterra de Magos. De 2001 a 2013, a autarquia foi presidida pela bloquista Ana Cristina Ribeiro e perdida para o PS. Em 2017, o partido voltou a apresentar a mesma candidata, mas sem sucesso. Já em relação a vereadores, o partido tem actualmente eleitos 12 (mais quatro do que aqueles que elegeu em 2013).

Para reforçar os resultados, o partido irá apostar na discussão dos temas relacionados com a habitação, transportes e ambiente, sem deixar de falar de saúde, trabalho e precariedade, temas que deverão marcar as negociações do Orçamento do Estado. Depois de uma campanha eleitoral a meio-gás nas presidenciais de Janeiro, o partido voltará ao modelo de comícios presenciais e arruadas. Ainda que não tenha recebido indicações da Direcção-Geral da Saúde, o BE decidiu voltar a deixar de fora os tradicionais almoços e jantares de campanha, por considerar “imprudente”, uma vez que ainda não estão reunidas as condições de segurança necessárias para estes eventos. Ainda assim, o objectivo é fazer “uma campanha o mais presencial possível”, assinala fonte do partido, destacando o avanço vacinal no país.

 A coordenadora bloquista estará em todo o país, interrompendo apenas para participar nos plenários da Assembleia da República.