Manuel Loff: “A serpente estava no ovo enquanto uma grande parte quer viver e divertir-se”

Para Manuel Loff, o cinema é a primeira forma de arte massificada, inicialmente dirigida às classes populares, o que irritou as elites. “Não é a arte que se aproxima do gosto das elites, é a arte que se aproxima do povo e que recompõe, reconstitui, os gostos populares”. É um caso em que “os anos 20 são admiráveis como momento de transformação”.

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Os anos 20 são uma década complexa e Manuel Loff, professor na Universidade do Porto e historiador que estuda a cultura de massas, cita O Ovo da Serpente de Ingmar Bergman. “O Bergman tinha razão. A serpente que estava no ovo de 1923 tem a ambiência de que o mundo está perdido e que é preciso uma forma de salvação que virá”. E tudo isto “enquanto uma grande parte da Europa e das Américas o que quer, com toda a legitimidade, é viver e divertir-se e esquecer o que foram aqueles anos terríveis do passado”. Para Loff, “essa é a contradição dos anos 20”.

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Os anos 20 são uma década complexa e Manuel Loff, professor na Universidade do Porto e historiador que estuda a cultura de massas, cita O Ovo da Serpente de Ingmar Bergman. “O Bergman tinha razão. A serpente que estava no ovo de 1923 tem a ambiência de que o mundo está perdido e que é preciso uma forma de salvação que virá”. E tudo isto “enquanto uma grande parte da Europa e das Américas o que quer, com toda a legitimidade, é viver e divertir-se e esquecer o que foram aqueles anos terríveis do passado”. Para Loff, “essa é a contradição dos anos 20”.