Governo dos Açores quer certificação comunitária para alho da Graciosa

O processo de certificação do alho da Graciosa encontra-se, actualmente, em consulta pública.

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O alho da Graciosa, da espécie Allium sativum L, tem "um aroma de intensidade média/baixa" Unsplash/Team Voyas

O secretário regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural dos Açores, António Ventura, defendeu esta segunda-feira que o alho da Graciosa é “um produto que merece uma qualificação comunitária”, numa fase em que a certificação se encontra em consulta pública.

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O secretário regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural dos Açores, António Ventura, defendeu esta segunda-feira que o alho da Graciosa é “um produto que merece uma qualificação comunitária”, numa fase em que a certificação se encontra em consulta pública.

Citado em nota de imprensa, o governante considerou que as qualificações comunitárias são um contributo “muito relevante para a sustentabilidade da economia, através da criação e manutenção de emprego, da valorização dos produtos, da fixação das populações em meio rural, e da protecção do ambiente”, além de contribuírem para a “atractividade turística”.

António Ventura, que falava sobre a publicação em Jornal Oficial da União Europeia da fase de consulta ao pedido de denominação Alho da Graciosa, disse ainda que estas qualificações são “as únicas que têm resistido às crises”, já que geram confiança no produto e, assim, “o rendimento dos produtores é menos afectado relativamente às outras produções agro-alimentares”.

O titular da pasta da Agricultura destacou a importância destas certificações em regiões como os Açores, onde o sector tem uma “expressão económica, social e territorial de grande relevância para a coesão regional, que marca a identidade e genuinidade de cada uma das ilhas e das suas populações”.

Este executivo pretende “certificar juridicamente o maior número possível de alimentos produzidos nos Açores”, já que “é um ganho socioeconómico e uma vantagem comparativa de mercado”, acrescentou o governante.

A região já tem o ananás dos Açores, o mel dos Açores o queijo de São Jorge, o queijo do Pico e o maracujá de São Miguel com Denominação Origem Protegida (DOP). Decorre também o processo de aprovação da carne do Ramo Grande e da manteiga dos Açores.

Com o selo de Indicação Geográfica Protegida (IGP) há já a carne dos Açores e a meloa de Santa Maria. O alho da Graciosa espera juntar-se a esta lista, depois de terminada a consulta.

O alho da Graciosa, da espécie Allium sativum L, tem “um aroma de intensidade média/baixa, mesmo sem serem esmagados” e um “sabor de intensidade alta, muito agradável e com pouca persistência”, destaca a nota.

Tem “valores elevados de zinco (superiores a sete miligramas por quilo), ferro (superiores a oito miligramas por quilo) e alicina (superiores a 3500 miligramas por quilo)”, que lhe dá “características conservantes dos alimentos”.