A (in)utilidade da Conservação da Natureza

Apesar de Portugal ter, desde 2017, uma Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ENCNB), ter assinado a Estratégia para a Conservação da Biodiversidade 2030 e ter ratificado o Pacto Ecológico Europeu, tem mostrado muito pouca preocupação para assumir a conservação da natureza e biodiversidade, invertendo o compromisso ratificado.

Nuccio Ordine, filósofo italiano contemporâneo, um dos mais importantes estudiosos da Renascença, lançou, em 2013, uma obra intitulada A utilidade do inútil. Manifesto. Com esta obra pretende chamar a atenção para a discussão sobre as finalidades últimas da educação escolar, direccionada a mostrar aos jovens o utilitarismo dos saberes, manifestamente distante do humanismo. Vivemos actualmente num mundo cada vez mais dominado pela maximização económica. Tudo tem de ter uma utilidade, tem de servir um propósito. No caso do território, se não for produtivo, é abandonado e recebe o epíteto de inculto ou improdutivo. Não se dá valor ao que cresce naturalmente, à diversidade de cores e sons. Nem a pandemia, que ao início parecia ter modificado a postura social e económica, deu origem a mudanças reais. Para além da pandemia, a economia é a preocupação e com ela vem a recuperação do turismo, com novas ofertas, e novos condomínios, em detrimento de áreas naturais, algumas ainda pouco intervencionadas.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Nuccio Ordine, filósofo italiano contemporâneo, um dos mais importantes estudiosos da Renascença, lançou, em 2013, uma obra intitulada A utilidade do inútil. Manifesto. Com esta obra pretende chamar a atenção para a discussão sobre as finalidades últimas da educação escolar, direccionada a mostrar aos jovens o utilitarismo dos saberes, manifestamente distante do humanismo. Vivemos actualmente num mundo cada vez mais dominado pela maximização económica. Tudo tem de ter uma utilidade, tem de servir um propósito. No caso do território, se não for produtivo, é abandonado e recebe o epíteto de inculto ou improdutivo. Não se dá valor ao que cresce naturalmente, à diversidade de cores e sons. Nem a pandemia, que ao início parecia ter modificado a postura social e económica, deu origem a mudanças reais. Para além da pandemia, a economia é a preocupação e com ela vem a recuperação do turismo, com novas ofertas, e novos condomínios, em detrimento de áreas naturais, algumas ainda pouco intervencionadas.