Prisão preventiva para dois dos quatro portugueses suspeitos de violação em Espanha

Tribunal de Gijón anunciou medidas de coacção. Defesa dos suspeitos, com menos de 30 anos, vai recorrer.

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RUI GAUDêNCIO

Dois dos quatro portugueses detidos por terem alegadamente violado duas mulheres espanholas vão ficar em prisão preventiva. As medidas de coacção foram conhecidas ao final da tarde desta segunda-feira. Os restantes portugueses permanecem em liberdade – com proibição de contactar as vítimas – e podem regressar a Portugal. Os quatro suspeitos são do distrito de Braga. 

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Dois dos quatro portugueses detidos por terem alegadamente violado duas mulheres espanholas vão ficar em prisão preventiva. As medidas de coacção foram conhecidas ao final da tarde desta segunda-feira. Os restantes portugueses permanecem em liberdade – com proibição de contactar as vítimas – e podem regressar a Portugal. Os quatro suspeitos são do distrito de Braga. 

Esta decisão do tribunal foi a que o Ministério Público (MP) espanhol tinha defendido após a audição de todos os intervenientes. A gravidade do alegado crime (agressão sexual com penetração) e o risco de fuga motivaram a solicitação do MP pela prisão preventiva de dois dos portugueses. As investigações a este caso prosseguem, com os dois portugueses a serem encaminhados para o Centro Penitenciário das Astúrias, de acordo com a rede de televisão espanhola Telecinco.

A defesa dos jovens, todos com menos de 30 anos, vai apresentar recurso, dizendo ter provas que desmentem qualquer tipo de abuso. O advogado dos portugueses, Germán Inclán, nomeado pelo tribunal de Gijón, afirmou que as relações sexuais foram consentidas e garante que há um vídeo que o comprova. Segundo o próprio, foi entregue à juíza um vídeo, gravado durante os acontecimentos, que alegadamente comprova o consentimento dos actos.

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Germán-Ramón Inclán Méndez, advogado dos quatro portugueses ELOY ALONSO/EFE

“Vamos apresentar recurso nos próximos dias, dentro do prazo legal, e continuaremos a insistir, não só na inocência dos nossos clientes, mas também na desnecessária privação da sua liberdade”, disse Germán Inclán aos jornalistas, em declarações transmitidas pela TVI.

Além disso, outra das provas apresentadas pela defesa é o relatório médico produzido no hospital onde as duas mulheres foram observadas, que, segundo o advogado, atesta “lesões muito ligeiras”.

A polícia espanhola deteve neste sábado quatro cidadãos portugueses por suspeita de violação múltipla e abusos sexuais a duas mulheres de 22 e 23 anos, numa pensão em Gijón, no norte do país.

Está a decorrer em Gijón desde as 19h locais (18h em Portugal) uma manifestação de apoio às vítimas e contra a violência e abuso sexual contra mulheres. Várias dezenas de pessoas responderam afirmativamente a este convite e marcaram presença nesta iniciativa, convocada pelo Conselho das Mulheres de Gijón, organização com o obejctivo de combater a violência contra mulheres. 

Também no município de Bergara, de onde é natural uma das jovens, está a decorrer uma manifestação. 

Os portugueses terão chegado a Espanha na sexta-feira à noite. Também as duas mulheres estavam de férias em Gijón. Depois de um primeiro contacto com um dos portugueses através do Instagram, as duas alegadas vítimas encontraram-no num bar da cidade, tendo-o acompanhado até ao local onde estava hospedado com os restantes jovens, o hotel Albor, para um encontro a três.

Pelo caminho encontraram um segundo português, que se juntou ao grupo, e ao chegarem ao apartamento depararam-se com mais dois portugueses e, de acordo com a sua versão, terão sido forçadas a ter relações sexuais com todos. Seriam cerca das 3h quando deixaram a casa e alertaram uma amiga de que algo não estava bem, tendo-se deslocado ao hospital. Apresentaram queixa na polícia ainda nessa madrugada.