Pandemia acelerou rupturas conjugais. Mas números (ainda) não o mostram

A pressão a que a pandemia sujeitou os casais está a levar a um aumento das rupturas conjugais, numa realidade que, porém, e segundo os advogados, escapa às estatísticas do divórcio. Porquê? As uniões de facto dispensam a oficialização da ruptura e, por outro lado, o medo da crise e as dificuldades de atendimento nas conservatórias estão a adiar a oficialização do divórcio.

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A pressão que a pandemia e respectivos confinamentos sujeitaram as famílias vê-se noutro indicador: o aumento da conflitualidade em torno do cumprimento das responsabilidades parentais nuno ferreira santos

Depois de terem descido a pique nos dois períodos de maior confinamento, os divórcios recuperaram para os valores habituais nos meses seguintes. Mas os 6202 divórcios registados no primeiro semestre deste ano, segundo os dados adiantados pelo Ministério da Justiça, não traduzem a escalada nas rupturas conjugais que reportam os advogados da área da família ouvidos pelo PÚBLICO. E a explicação que adiantam é simples: além de as uniões de facto dispensarem a oficialização da ruptura, as persistentes dificuldades de agendamento nas conservatórias impediram muitos casais de oficializar a dissolução do casamento.

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Depois de terem descido a pique nos dois períodos de maior confinamento, os divórcios recuperaram para os valores habituais nos meses seguintes. Mas os 6202 divórcios registados no primeiro semestre deste ano, segundo os dados adiantados pelo Ministério da Justiça, não traduzem a escalada nas rupturas conjugais que reportam os advogados da área da família ouvidos pelo PÚBLICO. E a explicação que adiantam é simples: além de as uniões de facto dispensarem a oficialização da ruptura, as persistentes dificuldades de agendamento nas conservatórias impediram muitos casais de oficializar a dissolução do casamento.