Filmar pessoas: é melhor não!

Não entendo por que, quando se divulgam vídeos nas redes sociais ou em plataformas de mensagens, não entra a pergunta ‘tem consentimento dos filmados para a divulgação da sua imagem?’. As várias plataformas, na verdade, incentivam estas partilhas, sabendo que gerarão interesse, visualizações, posts, tuítes, comentários.

Como todas as pessoas que viveram os seus anos selvagens (digamos assim, para acrescentar picante) da adolescência e juventude antes da existência dos smartphones, penso frequentemente na liberdade que eu tive mas está vedada aos adolescentes e jovens de agora: podia fazer disparates à vontade sem temer que esses momentos fossem fotografados ou filmados com um telefone e, depois, divulgados entre conhecidos e desconhecidos. E vivi imensos momentos que seriam mortificantes se registados em imagem ou vídeo. A única vez que me assustei com uma possível divulgação de imagens comprometedoras aconteceu na missa de João Paulo II no estádio do Restelo, onde fui com o secundário todo. Estava descansadamente a fumar, de costas para o altar, durante a dita missa, e um jornalista fotografou-me. Claro que, fazendo uso do melodrama de que os adolescentes abusam, passei dias à espera de ser denunciada aos meus pais por fumar numa fotografia de primeira capa de um jornal.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Como todas as pessoas que viveram os seus anos selvagens (digamos assim, para acrescentar picante) da adolescência e juventude antes da existência dos smartphones, penso frequentemente na liberdade que eu tive mas está vedada aos adolescentes e jovens de agora: podia fazer disparates à vontade sem temer que esses momentos fossem fotografados ou filmados com um telefone e, depois, divulgados entre conhecidos e desconhecidos. E vivi imensos momentos que seriam mortificantes se registados em imagem ou vídeo. A única vez que me assustei com uma possível divulgação de imagens comprometedoras aconteceu na missa de João Paulo II no estádio do Restelo, onde fui com o secundário todo. Estava descansadamente a fumar, de costas para o altar, durante a dita missa, e um jornalista fotografou-me. Claro que, fazendo uso do melodrama de que os adolescentes abusam, passei dias à espera de ser denunciada aos meus pais por fumar numa fotografia de primeira capa de um jornal.