Há casos em que o vinho abandona o seu palco à mesa, deixa de ser um produto alimentar e acaba por se situar na categoria dos conceitos com que se costuma apreciar ou descrever a arte. Tanto ou mais do que sensações, estimula ideias e impressões. Tanto ou mais do que prazeres, dá origem a exercícios intelectuais. Quando assim é, o vinho não deixa de ser vinho, mas passa a ser qualquer coisa mais. Regra geral, uma criação. É aqui que entra Dirk Niepoort. Poucos em Portugal se podem dar ao luxo de ousar como ele ousa, de fazer como ele faz. Também por isso se arrisca a ser apreciado como Picasso o foi pelos artistas do salão: um criador de vinhos desengonçados e incompreendidos.
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Há casos em que o vinho abandona o seu palco à mesa, deixa de ser um produto alimentar e acaba por se situar na categoria dos conceitos com que se costuma apreciar ou descrever a arte. Tanto ou mais do que sensações, estimula ideias e impressões. Tanto ou mais do que prazeres, dá origem a exercícios intelectuais. Quando assim é, o vinho não deixa de ser vinho, mas passa a ser qualquer coisa mais. Regra geral, uma criação. É aqui que entra Dirk Niepoort. Poucos em Portugal se podem dar ao luxo de ousar como ele ousa, de fazer como ele faz. Também por isso se arrisca a ser apreciado como Picasso o foi pelos artistas do salão: um criador de vinhos desengonçados e incompreendidos.