Uma coisa que Medina e Santos Silva não perceberam

Numa democracia liberal, as violações de direitos humanos, mesmo quando meramente potenciais e cometidas por lapso administrativo, não têm consequências burocráticas; têm consequências políticas.

De cada vez que um regime autocrático moderno persegue um opositor, há algo de que podemos ter quase a certeza: oficialmente, o opositor não é perseguido por razões políticas. Não é por delito de opinião ou resistência ao regime que é julgado e encarcerado. O assunto é sempre envolvido numa cobertura açucarada de mistificação, para reduzir o opositor a um criminoso como outro qualquer, que fugiu ao fisco ou burlou alguém. À superfície, a punição nunca serve para o regime se prevenir contra quem o ameaça. Serve apenas para o Estado, com a placidez burocrática dos funcionários e dos tribunais, proteger o seu povo daquele meliante comum. E se ele for também um opositor político? Simples coincidência.

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De cada vez que um regime autocrático moderno persegue um opositor, há algo de que podemos ter quase a certeza: oficialmente, o opositor não é perseguido por razões políticas. Não é por delito de opinião ou resistência ao regime que é julgado e encarcerado. O assunto é sempre envolvido numa cobertura açucarada de mistificação, para reduzir o opositor a um criminoso como outro qualquer, que fugiu ao fisco ou burlou alguém. À superfície, a punição nunca serve para o regime se prevenir contra quem o ameaça. Serve apenas para o Estado, com a placidez burocrática dos funcionários e dos tribunais, proteger o seu povo daquele meliante comum. E se ele for também um opositor político? Simples coincidência.