Sob transe, nos ritmos e nas cores das pinturas de Francisca Carvalho

Em Almada, apresenta pinturas realizadas a partir de processos de tinturaria. Em que os corpos fragmentados sugerem uma erótica e um humor inspirados nos elementos naturais, na música e nas cores.

Foto
Daniel Rocha

Em tecido de algodão, as pinturas de Francisca Carvalho (Coimbra, 1981) provocam uma espécie de transe. Padrões entrecortados, ritmos, cores, recortes de corpos, genitália vão-se despegando das superfícies na Galeria Municipal de Arte, Almada. Ao fim de alguns minutos, envolvem quem passa e vê. O efeito é físico, sensorial, mental. Poético e erótico. Com esta imperfeita sinopse, introduz-se a experiência de Às nonas, Midas nos dedos medram e mondam, exposição individual da artista na cidade da margem sul do Tejo. No espaço, as cores, feitas de tintas vegetais e naturais, vão ressoando dentro e à volta dos contornos. “Tem muito a ver com a materialidade da cor, a cor como matéria”, sugere a artista. “São [o resultado] de processos de tinturaria muito antigos, alguns com milhares de anos, no Oriente e, sobretudo, na Índia”. Processos que conheceu neste país com o apoio de bolsas das fundações Oriente e Calouste Gulbenkian. “Visitei o Rajastão e o Gujarat [estados da Índia]. Na primeira vez, durante seis meses, estive numa pequena fábrica onde aprendi com os tingidores”, conta. “É um processo lento. Quando as comecei a fazer, transformei o meu atelier numa cozinha. As cores que se vêem aqui são as possíveis”.

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Em tecido de algodão, as pinturas de Francisca Carvalho (Coimbra, 1981) provocam uma espécie de transe. Padrões entrecortados, ritmos, cores, recortes de corpos, genitália vão-se despegando das superfícies na Galeria Municipal de Arte, Almada. Ao fim de alguns minutos, envolvem quem passa e vê. O efeito é físico, sensorial, mental. Poético e erótico. Com esta imperfeita sinopse, introduz-se a experiência de Às nonas, Midas nos dedos medram e mondam, exposição individual da artista na cidade da margem sul do Tejo. No espaço, as cores, feitas de tintas vegetais e naturais, vão ressoando dentro e à volta dos contornos. “Tem muito a ver com a materialidade da cor, a cor como matéria”, sugere a artista. “São [o resultado] de processos de tinturaria muito antigos, alguns com milhares de anos, no Oriente e, sobretudo, na Índia”. Processos que conheceu neste país com o apoio de bolsas das fundações Oriente e Calouste Gulbenkian. “Visitei o Rajastão e o Gujarat [estados da Índia]. Na primeira vez, durante seis meses, estive numa pequena fábrica onde aprendi com os tingidores”, conta. “É um processo lento. Quando as comecei a fazer, transformei o meu atelier numa cozinha. As cores que se vêem aqui são as possíveis”.