Democracia

A Democracia tornou-se um regime oligárquico que governa para a oligarquia que a capturou. Esta é a verdade pura e crua.

Se bem me lembro, durante muito tempo vigorou a crença de que a Democracia gerava as soluções para todos os problemas ou dificuldades que ela própria criava. Era uma espécie de regime mágico. Esta crença esfumou-se como se esfumam nuvens passageiras ao fim da tarde. Hoje em dia prevalece o receio e o cepticismo. A quantidade de escritos – artigos e livros – a expor as tremendas mazelas da Democracia contemporânea, publicados em vários países, é impressionante. Quem os leia, ou quem leia alguns deles, mergulha na depressão. Hoje em dia, a Democracia parece um carro encravado, um sistema político que não resolve os problemas concretos das sociedades e, pior do que tudo, incapaz de se reformar a si próprio de modo satisfatório. Em parte, mas uma parte menor, a insatisfação contemporânea deriva de que as exigências são imensas, de toda a ordem, e impossíveis de satisfazer. Da igualdade de género à habitação gratuita, não há nada que não se reivindique. Mas há pelo menos uma reivindicação plausível, razoável, legítima, que é a simples reivindicação de um governo decente, isto é, que assuma as suas responsabilidades, que não seja conivente com negócios obscuríssimos, cujos membros não sejam recompensados por olearem essas negociatas infames, que pensem no Bem Público antes de pensarem nos interesses dos partidos. Será pedir demais? Parece que sim. Portugal é hoje em dia uma “choldra” ou uma “piolheira”, como consta que se queixava D. Carlos, conforme os dias, nos finais da monarquia.

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Se bem me lembro, durante muito tempo vigorou a crença de que a Democracia gerava as soluções para todos os problemas ou dificuldades que ela própria criava. Era uma espécie de regime mágico. Esta crença esfumou-se como se esfumam nuvens passageiras ao fim da tarde. Hoje em dia prevalece o receio e o cepticismo. A quantidade de escritos – artigos e livros – a expor as tremendas mazelas da Democracia contemporânea, publicados em vários países, é impressionante. Quem os leia, ou quem leia alguns deles, mergulha na depressão. Hoje em dia, a Democracia parece um carro encravado, um sistema político que não resolve os problemas concretos das sociedades e, pior do que tudo, incapaz de se reformar a si próprio de modo satisfatório. Em parte, mas uma parte menor, a insatisfação contemporânea deriva de que as exigências são imensas, de toda a ordem, e impossíveis de satisfazer. Da igualdade de género à habitação gratuita, não há nada que não se reivindique. Mas há pelo menos uma reivindicação plausível, razoável, legítima, que é a simples reivindicação de um governo decente, isto é, que assuma as suas responsabilidades, que não seja conivente com negócios obscuríssimos, cujos membros não sejam recompensados por olearem essas negociatas infames, que pensem no Bem Público antes de pensarem nos interesses dos partidos. Será pedir demais? Parece que sim. Portugal é hoje em dia uma “choldra” ou uma “piolheira”, como consta que se queixava D. Carlos, conforme os dias, nos finais da monarquia.