Cumplicidades dá rosto a Língua Terra, projecto que une Portugal, África e Brasil

Hoje apresentam uma canção e um videoclipe. Para 2022 prometem um disco e um festival que unirá artistas de seis países, tendo como ponto de partida a língua portuguesa.

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Capa do single Cumplicidades, por François Muleka

Fixem este nome: Língua Terra: Reinventando Mundos. Não é o primeiro projecto do género a envolver músicos de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Portugal, mas este promete ir para lá da música, embora tendo nela o seu ponto de partida. Nascido no Brasil, em São Paulo, num encontro experimental entre criadores musicais, em 2017, o projecto surge agora com uma canção e um videoclipe, Cumplicidades, e planeia para 2022 lançar um disco e organizar um festival que unirá música, literatura, cinema, artes visuais e performances.

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Fixem este nome: Língua Terra: Reinventando Mundos. Não é o primeiro projecto do género a envolver músicos de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Portugal, mas este promete ir para lá da música, embora tendo nela o seu ponto de partida. Nascido no Brasil, em São Paulo, num encontro experimental entre criadores musicais, em 2017, o projecto surge agora com uma canção e um videoclipe, Cumplicidades, e planeia para 2022 lançar um disco e organizar um festival que unirá música, literatura, cinema, artes visuais e performances.

O seu objectivo, dizem, é “promover o intercâmbio entre artistas de seis países unidos pela língua portuguesa, fomentando conexões culturais e criações artísticas colaborativas”. No comunicado que anuncia o projecto, diz-se que o festival decorrerá normalmente, com público (espera-se que em 2022 a pandemia da covid-19 esteja já controlada), embora até lá as actividades não parem: haverá, online, “encontros, novas criações, apresentações musicais, encontros literários, cursos, performances e mini-documentários”. A produtora brasileira Mônica Cosas, co-responsável pela curadoria do projecto, promete nesse comunicado que, “assim que a pandemia permitir, o Língua Terra irá desembarcar nos mais diversos palcos, fortalecendo o cenário musical, integrando artistas, além de engajar os países participantes no circuito cultural mundial”.

O objectivo anunciado é vasto: tendo como ponto de partida a língua portuguesa, o projecto “cria pontes entre África, Europa e América Latina a partir da música como expressão da rica diversidade étnica, linguística e cultural que compõe os distintos territórios. Rompendo fronteiras físicas e simbólicas, cria pontes poéticas e estéticas, abrindo caminhos para novas possibilidades de produção de linguagem, comunicação e conhecimento. Pontes que resgatam conexões ancestrais, memórias, saberes e lutas comuns, reconstroem tecidos comunitários e reinventam mundos a partir de expressões sonoras, rítmicas, corporais e visuais.”

Para já, o primeiro passo visível é a música, “uma expressão universal que une as pessoas”. E é “para celebrar essa reunião de ritmos e costumes interligados pela língua portuguesa, reduzir as desigualdades sociais e combater o preconceito, através da disseminação da arte e da cultura” que o Língua Terra dá início aos trabalhos com o lançamento, esta sexta-feira, da primeira música gravada em colectivo, o single Cumplicidades, cujo videoclipe documenta o encontro entre os músicos participantes. A canção é da autoria de Paulo Flores (Angola) e Manecas Costa (Guiné-Bissau) e, além deles (violão e voz), participaram nas gravações Swami Jr. (Brasil) violão 7 cordas; Lena Bahule (Moçambique), voz; Beth Beli (Brasil), percussão; Jackie Cunha (Brasil) percussão, João Ferreira (Angola), percussão; e Guilherme Kastrup (Brasil), percussão e direcção musical. Gravado no estúdio Toca do Tatu, a direcção executiva é de Mônica Cosas.