“Libertar” Abril

Ainda que lhes possa dever muito ou até muitíssimo, a demo­cracia define-se por ser, de entre todos os regimes políticos, aquele que menos deve aos seus fun­da­do­res.

1. As comemorações do 25 de Abril em 2021 poderiam ter sido dominadas pela pandemia. Mas a pandemia, cuja omnipresença é ostensiva, esteve fora da prioridade política e mediática, pelo menos por um dia. As celebrações do 25 de Abril em 2021 poderiam ter sido consumidas e absorvidas pelo debate sobre a corrupção e o estado a que chegou a justiça. Houve, a bem dizer, ecos disso – ecos audíveis e salutares –, mas a agenda político-mediática deixou-os algures na penumbra. A polémica sobre o desfile na Avenida da Liberdade e o regime de quase “licenciamento prévio para desfilar” deslocou as atenções para a velha e mal resolvida questão de saber quem são os “donos da revolução”, de saber se há ou não “donos da democracia”. E depois o discurso do Presidente da República atirou os focos para um tema diverso, mas directamente relacionado com este, que vem a ser o de saber quem são os “donos da história” e, em particular, quem são os “donos na nossa história” – e aí entra de novo (também, mas não só) o 25 de Abril.

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1. As comemorações do 25 de Abril em 2021 poderiam ter sido dominadas pela pandemia. Mas a pandemia, cuja omnipresença é ostensiva, esteve fora da prioridade política e mediática, pelo menos por um dia. As celebrações do 25 de Abril em 2021 poderiam ter sido consumidas e absorvidas pelo debate sobre a corrupção e o estado a que chegou a justiça. Houve, a bem dizer, ecos disso – ecos audíveis e salutares –, mas a agenda político-mediática deixou-os algures na penumbra. A polémica sobre o desfile na Avenida da Liberdade e o regime de quase “licenciamento prévio para desfilar” deslocou as atenções para a velha e mal resolvida questão de saber quem são os “donos da revolução”, de saber se há ou não “donos da democracia”. E depois o discurso do Presidente da República atirou os focos para um tema diverso, mas directamente relacionado com este, que vem a ser o de saber quem são os “donos da história” e, em particular, quem são os “donos na nossa história” – e aí entra de novo (também, mas não só) o 25 de Abril.