EUA adiam retirada de todas as tropas do Afeganistão para Setembro

O Presidente norte-americano, Joe Biden, planeia completar a retirada de tropas norte-americanas do Afeganistão quando se assinalarem 20 anos sobre os ataques de 11 de Setembro, diz o Washington Post.

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Tropas norte-americanas em acção na província afegã Kandahar, em 2011 BAZ RATNER/Reuters

O Presidente dos EUA, Joe Biden, planeia retirar últimas tropas americanas no Afeganistão até ao dia 11 de Setembro deste ano, quando se vão assinalar 20 anos sobre os ataques terroristas que fizeram quase três mil mortos ao atingir as Torres Gémeas, em Nova Iorque, e o Pentágono, em Washington, DC. A notícia surgiu primeiro no Washington Post, citando fontes a par dos planos, e foi também dada por outros media, incluindo o New York Times.

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O Presidente dos EUA, Joe Biden, planeia retirar últimas tropas americanas no Afeganistão até ao dia 11 de Setembro deste ano, quando se vão assinalar 20 anos sobre os ataques terroristas que fizeram quase três mil mortos ao atingir as Torres Gémeas, em Nova Iorque, e o Pentágono, em Washington, DC. A notícia surgiu primeiro no Washington Post, citando fontes a par dos planos, e foi também dada por outros media, incluindo o New York Times.

Ao decidir por esta data, Biden vai falhar o prazo acordado pelo Presidente anterior, Donald Trump, e os taliban, que previam a retirada dos cerca de 2500 militares americanos ainda no país, que actualmente são 3500 – e das restantes tropas, 7000, a maioria da Europa e outros países – que se cumpriria em Maio. O próprio Biden já tinha afirmado que cumprir este prazo seria “difícil”.

Ainda que os taliban tenham prometido renovar ataques a tropas dos EUA e da NATO se estas não saíssem quando chegar o prazo, não é claro se vão cumpri-las caso haja um plano detalhado de uma saída faseada entre Maio e Setembro. Esta retirada não será sujeita ao cumprimento de condições, “já que o Presidente pensa que fazê-lo é uma receita para manter indefinidamente as tropas” no país.

Os ataques de 11 de Setembro nos EUA foram rapidamente seguidos por uma intervenção militar no Afeganistão, e no final do ano tinha sido derrubado o regime dos taliban, que tinha protegido a Al-Qaeda, o grupo terrorista responsável pelos ataques do 11 de Setembro. Mas com altos e baixos, os taliban nunca deixaram de ser uma força com poder, e esta tornou-se a guerra mais longa travada pelos Estados Unidos, levando à morte de mais de 2000 militares dos EUA e de pelo menos 100 mil civis afegãos.

A decisão de Biden terá decorrido de uma revisão das opções americanas no Afeganistão, com responsáveis preocupados que a saída imediata dos EUA pudesse provocar uma guerra civil alargada e o regresso de grupos terroristas. As negociações de paz entre o governo afegão e os taliban não estão, dizem responsáveis norte-americanos, a correr como esperado.

Mas apesar disto, o compromisso de saída vai-se manter, e isso reflecte uma mudança também nas prioridades actuais dos EUA, que já não acreditam num potencial regresso em força da Al-Qaeda ao Afeganistão, nem põem o grupo entre as ameaças mais preocupantes para os Estados Unidos.