Operação Marquês: uma viagem no tempo...

Não tenhamos ilusões: a procissão está montada para durar e qualquer que seja a decisão que hoje for tomada servirá tão somente para nos demonstrar que, pelo menos face à criminalidade económico-financeira, o nosso processo penal se esgotou. É incapaz de ser minimamente eficaz. Verdadeiramente, hoje vai implodir.

Em 1906, no período final da Monarquia Constitucional, o adiantamento clandestino de verbas do Orçamento do Estado à Casa Real, feito por sucessivos governos para cobrirem as despesas da Coroa que ultrapassavam as dotações anuais, levou a que, numa sessão parlamentar, o deputado e líder republicano Afonso Costa, após ter exigido a reposição das "quantias desviadas com todos os juros” e que, uma vez liquidada a dívida, o Rei se retirasse  do país para “não ter de entrar numa prisão", tivesse afirmado: "Por muito menos crimes do que os cometidos por D. Carlos I, rolou no cadafalso, em França, a cabeça de Luís XVI!”. Dois anos depois, D. Carlos foi assassinado e o regime caiu em 1910.

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Em 1906, no período final da Monarquia Constitucional, o adiantamento clandestino de verbas do Orçamento do Estado à Casa Real, feito por sucessivos governos para cobrirem as despesas da Coroa que ultrapassavam as dotações anuais, levou a que, numa sessão parlamentar, o deputado e líder republicano Afonso Costa, após ter exigido a reposição das "quantias desviadas com todos os juros” e que, uma vez liquidada a dívida, o Rei se retirasse  do país para “não ter de entrar numa prisão", tivesse afirmado: "Por muito menos crimes do que os cometidos por D. Carlos I, rolou no cadafalso, em França, a cabeça de Luís XVI!”. Dois anos depois, D. Carlos foi assassinado e o regime caiu em 1910.