Rússia diz que adesão da Bósnia-Herzegovina à NATO seria um “acto hostil” e promete reagir

País balcânico pertence ao Plano de de Acção para Membros da NATO, um programa de aconselhamento e assistência pensado para países que pretendam aderir à aliança. A Rússia tem vindo a manifestar-se contra a adesão da Bósnia.

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Saravejo, capital da Bósnia Herzegovina LUSA/FEHIM DEMIR

A Bósnia-Herzegovina tem vindo a demonstrar a intenção estratégica de aderir à NATO e caso decida avançar com essa decisão, a Rússia avisa que vai tomar medidas. A denúncia foi avançada pelas autoridades bósnias, que encararam o alerta como uma “ameaça velada”.

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A Bósnia-Herzegovina tem vindo a demonstrar a intenção estratégica de aderir à NATO e caso decida avançar com essa decisão, a Rússia avisa que vai tomar medidas. A denúncia foi avançada pelas autoridades bósnias, que encararam o alerta como uma “ameaça velada”.

As medidas que Moscovo tomaria não foram especificadas na mensagem. No entanto, na quinta-feira, a embaixada russa em Sarajevo deixou o aviso que, “no caso de uma reaproximação entre a Bósnia e a NATO”, a Rússia reagiria “a esse acto hostil”.

A comunicação continuou que o objectivo da aliança transatlântica era “lutar contra a Rússia” e obrigaria Sarajevo a tomar uma posição “na confrontação político-militar”.

Segundo o partido bósnio Acção Democrática, a posição tomada pela Rússia representa uma “nova intromissão inadequada” nos assuntos internos do país.

“É claramente um jogo geopolítico que a Rússia está a jogar para impedir a expansão da NATO na Europa”, acrescentou o membro croata na presidência tripartida da Bósnia, Zeljo Komsic.

O país dos Balcãs tem demonstrado interesse em juntar-se à aliança e está incluído no Plano de de Acção para Membros da NATO, um programa de aconselhamento e assistência pensado para países que pretendam aderir.

Não obstante, há outros factores que minam a adesão à organização: os sérvios da Bósnia. Após um acordo de paz, patrocinado pelos EUA, que encerrou uma guerra sangrenta nos anos 1990, aqueles controlam metade do país e mantêm-se aliados próximos da Rússia, adoptando a mesma posição de rejeição em relação à NATO.

As mensagens russas foram interpretadas como uma “ameaça velada” não só para a Bósnia, mas também para os aliados ocidentais, Estados Unidos incluídos, segundo Komsic.

A porta-voz da NATO, Oana Lungescu, afirmou num comunicado que “nenhum terceiro tem o direito de intervir ou vetar tal processo. Quaisquer ameaças a este respeito são inaceitáveis”.

Condenando claramente a posição russa, Lungescu concluiu que “o tempo das esferas de influência acabou”.

Da região dos Balcãs, a Bósnia, o Kosovo e a Sérvia são os últimos países que não aderiram à NATO. Os últimos países a aderirem foram Montenegro, em 2017, e a Macedónia do Norte em 2020.