Covid-19: gabinete de psicologia da PSP apoiou 4650 polícias desde o início da pandemia

Procedimento permitiu a monitorização periódica do estado psicoemocional dos polícias que entraram em confinamento por terem sido infectados ou por terem tido contactos de risco, com recurso à intervenção psicológica online ou através de teleassistência.

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JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

O gabinete de psicologia da PSP apoiou 4650 polícias infectados com o novo coronavírus ou em quarentena desde o início da pandemia de covid-19, revelam dados enviados à Lusa por aquela força de segurança.

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O gabinete de psicologia da PSP apoiou 4650 polícias infectados com o novo coronavírus ou em quarentena desde o início da pandemia de covid-19, revelam dados enviados à Lusa por aquela força de segurança.

A Polícia de Segurança Pública precisa que o gabinete de psicologia adoptou, desde o início da pandemia, em Março de 2020, um “procedimento proactivo” de contacto telefónico com todos os polícias que estiveram infectados ou em isolamento profiláctico.

Segundo a PSP, este procedimento permitiu a monitorização periódica do estado psicoemocional dos polícias que entraram em confinamento por terem sido infectados ou por terem tido contactos de risco, com recurso à intervenção psicológica online ou através de teleassistência.

Os dados indicam que, até 25 de Fevereiro, 4650 elementos da PSP foram contactados pela divisão de psicologia para este apoio psicossocial, tendo sido muitos dos polícias contactados mais do que uma vez.

A agência Lusa pediu à PSP um balanço sobre o número de polícias infectados, mas tal não foi facultado.

A PSP explica que a divisão de Psicologia desta força de segurança reforçou a capacidade de atendimento da linha telefónica SOS/PSP, dando cumprimento ao plano de contingência de covid-19 desta polícia, além de manter a normal resposta a situações de urgência, incluindo a deslocação de psicólogos em emergência a qualquer ponto do país.

De acordo com a Polícia, a SOS Linha Verde 24 horas Urgência, uma linha de apoio psicológico aos polícias, cujo número é 800 21 23 12, tem em permanência clínicos que asseguram a gestão e as respostas das chamadas, existindo a possibilidade de deslocação imediata em situações de comprovada crise.

Além do apoio momentâneo solicitado a título pessoal ou institucional, os responsáveis por esta linha articulam o encaminhamento de pacientes, quer internamente quer para entidades externas, e providenciam contactos regulares, como está a ser agora o caso durante a pandemia junto dos polícias confinados.

A Polícia de Segurança Pública avança que esta linha de emergência atende, em média, 250 profissionais da PSP por ano.

Os dados enviados à Lusa indicam também que o gabinete de psicologia da PSP atendeu, em média, 25 polícias por dia em 2020, totalizando cerca de 9200.

Desde 2016, este gabinete disponibiliza cerca de 10.900 consultas anuais, sublinha aquela força de segurança, acrescentando que Lisboa, Porto e Setúbal são os distritos onde são dadas mais consultas, que coincidem com os comandos com o maior número de polícias.

Questionada sobre as alterações mais significativas no tipo de apoio psicológico dado aos polícias devido à covid-19, esta força de segurança respondeu que foram as restrições no acesso ao atendimento presencial, tendo sido disponibilizada a teleassistência e consulta de psicologia clínica em plataforma online. A PSP indica que o atendimento online passou a ser a regra para as situações em que o profissional da PSP se encontra em situação de isolamento.

A PSP dispõe de psicólogos residentes em 11 dos 18 comandos de Polícia, designadamente Braga, Porto, Viseu, Coimbra, Leiria, Castelo Branco, Portalegre, Lisboa, Setúbal, Beja e Faro. A polícia frisa que nos restantes comandos são disponibilizadas consultas clínicas e avaliações psicológicas regulares e, sempre que necessário, de emergência.