Biden propõe ajuda financeira para as famílias separadas na fronteira com o México

Além de pretender identificar e reunir as famílias que foram separadas devido à “tolerância zero” instaurada pelo seu antecessor, Biden planeia também dar-lhes cuidados de saúde e acesso a serviços de emprego e educação.

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Migrantes num campo em Tijuana, México, na esperança de atravessar e pedir asilo nos EUA, 27 de Fevereiro de 2021 JORGE DUENES/Reuters

Os Estados Unidos poderão vir a pagar pelos transportes, cuidados de saúde, serviços jurídicos e serviços de emprego e de educação dos migrantes que foram separados ao abrigo da estratégia de “tolerância zero” nas fronteiras do ex-Presidente Donald Trump, disse o Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS) nesta segunda-feira.

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Os Estados Unidos poderão vir a pagar pelos transportes, cuidados de saúde, serviços jurídicos e serviços de emprego e de educação dos migrantes que foram separados ao abrigo da estratégia de “tolerância zero” nas fronteiras do ex-Presidente Donald Trump, disse o Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS) nesta segunda-feira.

A intenção faz parte de uma lista de princípios divulgados pela administração do Presidente Joe Biden, a fim de orientar o seu plano de reunificação familiar, numa altura em que o governo procura identificar e reunir com os pais as mais de 500 crianças migrantes separadas pela política de fronteiras do seu antecessor.

“Estamos a empenhar todos os esforços através do Departamento de Segurança Interna e do governo federal para reunir as crianças que foram cruelmente separadas dos seus pais”, disse o secretário do DHS, Alejandro Mayorkas, numa declaração escrita.

Foi em 2018 que Trump instituiu a estratégia da “tolerância zero”, que determinou que quem cruzasse as fronteiras fora dos locais oficiais seria detido e julgado. Daqui resultou que milhares de crianças tivessem sido separadas na fronteira dos EUA com o México dos pais que tentavam entrar de forma ilegal à procura de refúgio ou de trabalho.

Biden pôs fim a esta política dias após a tomada de posse, mas reverter os efeitos da medida vai levar meses, senão anos. Como mencionou a porta-voz do Presidente dos EUA, Jen Psaki, quando foi divulgada a ordem executiva de 2 de Fevereiro que definiu o plano de reunificação familiar, “queremos agir rapidamente, queremos agir prontamente, mas também precisamos de ter a certeza que o fazemos através de um processo político estratégico”.

Jen Psaki acrescentou ainda que o primeiro relatório do plano de reunificação está pensado para Junho, sendo que muitas famílias terão de esperar até dois anos.

Na mesma ordem executiva do dia 2 de Fevereiro, a administração Biden propôs considerar igualmente trazer os pais deportados de volta aos Estados Unidos.

Como política alternativa, face à situação crítica dos migrantes, Biden planeia criar programas para acompanhar quem entra nos EUA e assegurar que lhes seja concedida autorização, ao invés de detê-los de imediato na fronteira.

No entanto, com milhares de migrantes à espera em campos junto à fronteira do México de uma resposta da nova administração, Biden já tinha avisado em Dezembro que iria proceder de forma gradual para evitar uma corrida desenfreada para entrar nos EUA.