Governo não alivia regras do confinamento

O Conselho de Ministros de quinta-feira vai aprovar o decreto de execução do estado de emergência, mas ainda não divulga plano para desconfinar gradualmente.

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O primeiro-ministro, António Costa, vai manter o confinamento por mais quinze dias pelo menos ANTÓNIO COTRIM/LUSA

O Conselho de Ministros não vai aligeirar as regras do confinamento, quando quinta-feira aprovar o decreto de execução do próximo estado de emergência que entra em vigor a 2 de Março e será votado no mesmo dia pelos deputados à Assembleia da República. Também não está previsto que o Governo venha a divulgar, nesse dia, o plano de desconfinamento gradual que está a preparar, nem a data em que ele se iniciará, soube o PÚBLICO.

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O Conselho de Ministros não vai aligeirar as regras do confinamento, quando quinta-feira aprovar o decreto de execução do próximo estado de emergência que entra em vigor a 2 de Março e será votado no mesmo dia pelos deputados à Assembleia da República. Também não está previsto que o Governo venha a divulgar, nesse dia, o plano de desconfinamento gradual que está a preparar, nem a data em que ele se iniciará, soube o PÚBLICO.

Depois da reunião de políticos com especialistas no Infarmed, na segunda-feira, a conclusão é de que os números da covid-19 em Portugal não permitem ainda qualquer espécie de desconfinamento, nem o permitirão a curto prazo. Na reunião, Baltazar Nunes, presidente do Instituto Nacional Ricardo Jorge, repetiu o que dissera 15 dias antes: o número de doentes com covid-19 em unidades de cuidados intensivos só descerá aos 200 nos finais de Março.

No final da reunião, a ministra da Saúde, Marta Temido, recusou-se a apontar datas para o desconfinamento e apenas adiantou que o Governo está a estudar “os momentos em que se deve começar a equacionar” a abertura gradual. “Este não é o momento de falar de tempos ou de modos, lá chegaremos. Todas as hipóteses neste contexto são hipóteses de cenários que são possíveis”, afirmou. E lembrou a necessidade de que se reduza significativamente o número de doentes com covid-19 ​internados em hospitais, de modo a que estas instituições de saúde possam dedicar-se também aos doentes com outras patologias.

Sobre a abertura, a ministra da Saúde limitou-se a repetir o que já fora avançado pela ministra da Presidência do Conselho de Ministros, Mariana da Silva, e pelo ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, em relação às escolas. “Tendo o Governo referido várias vezes que o último encerramento que desejaria ter feito era o das actividades escolares, é coerente que se pense que, num processo contrário, também pelas actividades escolares se iniciará o processo”, sublinhou Marta Temido.

Quando, a 11 de Fevereiro, anunciou as medidas para o estado de emergência que está em vigor, o primeiro-ministro, António Costa, frisou: “Março terá um confinamento muito semelhante a este, se não igual.” No mesmo dia, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou também que o confinamento iria durar por “Março fora”.

Manter-se-ão, assim, até meados de Março as medidas em vigor de confinamento, seja o dever cívico de permanecer em casa, a proibição de circulação entre concelhos ao fim-de-semana, o recurso ao teletrabalho quando possível, o fecho do comércio não essencial e a obrigatoriedade de a restauração vender em take-away produtos alimentares, mas sem qualquer comercialização de bebidas.