Apenas 15 concelhos com risco máximo de contágio. Descida de 87%

Há agora 98 municípios no nível de risco muito elevado, 118 em risco elevado e 79 em risco moderado. Dos 308 concelhos do país, 296 (96%) registaram uma descida da incidência cumulativa.

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A redução dos novos casos de infecção pelo vírus SARS-CoV-2 volta a ser evidente nos dados da incidência a 14 dias do boletim divulgado nesta segunda-feira pela Direcção-Geral da Saúde (DGS). A incidência cumulativa nos 14 dias de 3 a 16 de Fevereiro indica apenas 15 concelhos no nível de risco extremamente elevado, menos 104 do que na semana anterior (119). A quebra faz mesmo com que este patamar máximo de risco seja o que soma menos municípios: há agora 98 no nível de risco muito elevado, 118 em risco elevado e 79 com risco moderado.

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A redução dos novos casos de infecção pelo vírus SARS-CoV-2 volta a ser evidente nos dados da incidência a 14 dias do boletim divulgado nesta segunda-feira pela Direcção-Geral da Saúde (DGS). A incidência cumulativa nos 14 dias de 3 a 16 de Fevereiro indica apenas 15 concelhos no nível de risco extremamente elevado, menos 104 do que na semana anterior (119). A quebra faz mesmo com que este patamar máximo de risco seja o que soma menos municípios: há agora 98 no nível de risco muito elevado, 118 em risco elevado e 79 com risco moderado.

Em comparação com a semana anterior, mais seis concelhos registaram uma descida do número de novos casos por cem mil habitantes, o que corresponde a 96% dos territórios do país (296 de 308). Houve ainda quatro sem variação da incidência, todos em território açoriano (Velas, Lajes das Flores, Lajes do Pico e São Roque do Pico). O indicador de novos casos por cem mil habitantes a 14 dias é o método utilizado pela DGS para comparar municípios com diferentes realidades populacionais.

O mapa de incidência desta segunda-feira contrasta bem com o primeiro de Fevereiro, divulgado dia 1, que dava conta de 233 concelhos de Portugal no nível máximo de risco, um total de 76% – os 15 concelhos de risco extremamente elevado da actualização mais recente correspondem a perto de 5%.

As diferenças nos números também se fazem sentir nos internamentos. O relatório de situação de 1 de Fevereiro indica 6869 doentes hospitalizados, 865 dos quais em unidades de cuidados intensivos. Desde então, o número de infectados desceu para menos de metade (3322 esta segunda-feira, menos 3547), com os casos mais graves a diminuírem 28% para 627. Apesar disso, a pressão exercida sobre os hospitais ainda é elevada e não permite aliviar a situação existente no que diz respeito às medidas em vigor.

No capítulo extenso da diminuição da incidência cumulativa, a lista é liderada por Fronteira (Portalegre), que na semana anterior era o segundo concelho com maior incidência cumulativa por cem mil habitantes. O município alentejano passou de 3362 novos casos por cem mil habitantes para 269, menos 3093. Isto significa, em termos qualitativos, uma descida do nível de risco extremamente elevado para o patamar de risco elevado, o segundo mais baixo.

No total, 18 concelhos tiveram uma queda na casa dos quatro dígitos. A Fronteira segue-se São João da Pesqueira (Viseu) com menos 2218, Alfândega da Fé (Bragança) com menos 1714, Vila de Rei (Castelo Branco) com menos 1655 e Aguiar da Beira (Guarda) com menos 1462. Todas estas diminuições significaram também a passagem patamares de menor risco.

Castanheira de Pêra é pela segunda semana consecutiva o concelho com maior incidência cumulativa a nível nacional, ainda que tenha registado uma das maiores descidas de novos contágios, de 3596 para 2410 novos casos (menos 1186, a 11.ª maior descida).

O concelho de Leiria é acompanhado no patamar de risco extremamente elevado por Resende (Viseu) com 2259, Arronches (Portalegre) com 2199, Castelo de Vide (Portalegre) com 1953, Manteigas (Guarda) com 1829, Aljustrel (Beja) com 1394, Rio Maior (Santarém) com 1389, Ferreira do Alentejo (Beja) com 1134, Boticas (Vila Real) com 1120, Gavião (Portalegre) com 1103, Setúbal (Setúbal) com 1073, Monchique (Faro) com 1064, Penela (Coimbra) com 1056, Sernancelhe (Viseu) com 1001 e Moura (Beja) com 962.

Destes municípios, apenas Arronches, Ferreira do Alentejo e Manteigas tiveram um aumento da incidência cumulativa a 14 dias – três dos oito em que houve uma subida deste indicador.

O maior aumento verificou-se em Arronches, que passou de 1418 novos casos por cem mil habitantes para 2199 (mais 781). Com uma subida de incidência na casa das centenas há também Ponta do Sol (Madeira) com mais 314, Ferreira do Alentejo com mais 140, Manteigas com mais 133 e Alvito (Beja) com mais 121.

Durante a reunião sobre a situação epidemiológica da covid-19 em Portugal desta segunda-feira, que junta políticos e especialistas na sede do Infarmed, em Lisboa, o especialista André Peralta Santos, da DGS, referiu que grande parte da região norte "já tem uma incidência inferior a 240 casos por cem mil habitantes [o nível mais baixo]”. Mesmo Lisboa e Vale do Tejo, que teve uma evolução em Janeiro mais expressiva, atingindo incidências altas, está agora com cerca de 480 casos por cem mil habitantes.