Instituto da Universidade de Lisboa está a mapear o território cultural e artístico do país

Inquérito endereçado aos profissionais do sector é lançado esta quinta-feira pelo Centro de Administração de Políticas Públicas do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas.

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Paulo Pimenta

A ausência de um conhecimento efectivo da actividade cultural do país e dos seus agentes é uma realidade que vem sendo referida nos últimos tempos, tanto pelas estruturas do sector como pelo Ministério da Cultura (MC). Foi também a consciência dessa lacuna que levou a equipa do Centro de Administração de Políticas Públicas do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (CAPP-ISCSP) da Universidade de Lisboa a avançar com o projecto de “Mapeamento do Território Cultural e Artístico em Portugal”, que, tendo sido lançado há cerca de um ano, entra esta quinta-feira na fase de inquérito a todos os agentes e interessados.

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A ausência de um conhecimento efectivo da actividade cultural do país e dos seus agentes é uma realidade que vem sendo referida nos últimos tempos, tanto pelas estruturas do sector como pelo Ministério da Cultura (MC). Foi também a consciência dessa lacuna que levou a equipa do Centro de Administração de Políticas Públicas do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (CAPP-ISCSP) da Universidade de Lisboa a avançar com o projecto de “Mapeamento do Território Cultural e Artístico em Portugal”, que, tendo sido lançado há cerca de um ano, entra esta quinta-feira na fase de inquérito a todos os agentes e interessados.

Com coordenação do sociólogo e professor do ISCSP Paulo Castro Seixas, este trabalho teve origem num outro que foi concluído, e divulgado, em 2018, sobre “O perfil do autor em Portugal”. “Tratou-se de uma pesquisa que nos foi encomendada pela SPA [Sociedade Portuguesa de Autores], e que visou sobretudo os autores com direitos intelectuais, estivessem ou não inscritos na Sociedade”, explica ao PÚBLICO Paulo Castro Seixas.

Consciente da incompletude desse levantamento, a equipa do ISCSP propôs-se alargar o mapeamento a todos os autores e artistas no país, trabalho que, entretanto, seria substituído por um outro visando um tema mais restrito, e que resultou numa dissertação de mestrado sobre as “Vulnerabilidades dos autores em Portugal’ — e que esta quinta-feira será também publicamente apresentado no Instituto da Universidade de Lisboa.

Quantos são, quem são, onde estão

Mas o surgimento da covid-19 levou a equipa do CAPP-ISCSP a decidir avançar também com esse tão necessário levantamento mais geral. “Por causa da epidemia, avançámos para uma ideia mais abrangente de mapeamento do território cultural e artístico”, explica o coordenador. À imagem de outros organismos, e do próprio MC, “tínhamos essa consciência de que era necessário um maior conhecimento do sector da cultural em Portugal e, com a pandemia, isso tornou-se ainda mais urgente”, acrescenta o coordenador do estudo.

Saber quantos são, quem são e onde estão os profissionais dos sectores culturais e artísticos; identificar as diferenciações no sector de forma a fazer propostas para uma melhor classificação das profissões nestas áreas; abrir caminhos de investigação, consultoria e formação que possibilitem uma maior inter-relação entre os sectores da cultura e a Universidade — eis alguns dos principais eixos do projecto que começou a ser desenvolvido há cerca de um ano.

Na primeira fase, esse trabalho passou pela realização de muitos pré-testes com profissionais independentes, mas também por várias reuniões com estruturas como a Acção Cooperativista e a Convergência com a Cultura, além da SPA. Simultaneamente, o Instituto da Universidade de Lisboa solicitou a parceria do MC, mas ainda está à espera da resposta. “O nosso é um projecto académico, que visa ter resultados para um melhor suporte para políticas públicas na área da cultura”, esclarece Paulo Castro Seixas.

A fase final deste processo vai completar-se a partir desta quinta-feira com o lançamento de um questionário, que os visados (e interessados) poderão encontrar neste endereço. Os resultados deverão ser conhecidos num prazo de seis meses, estima o coordenador.