O Dia Internacional dos Museus em 2021 será sob o lema da reinvenção

Dados mais recentes do ICOM indicam que os museus europeus perderam entre 25% e 75% dos visitantes, com 10% em situação de layoff, enquanto sete em cada dez esperam cortes nos orçamentos nos próximos anos

Foto
daniel rocha

O Dia Internacional dos Museus, celebrado a 18 de Maio, vai centrar-se nos desafios de recuperação e reinvenção destes espaços face à crise provocada pela pandemia de covid-19, anunciou esta segunda-feira o Conselho Internacional de Museus (ICOM).

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O Dia Internacional dos Museus, celebrado a 18 de Maio, vai centrar-se nos desafios de recuperação e reinvenção destes espaços face à crise provocada pela pandemia de covid-19, anunciou esta segunda-feira o Conselho Internacional de Museus (ICOM).

Este organismo internacional, que promove as comemorações do Dia Internacional dos Museus desde 1977, para reforçar os laços dos museus com a sociedade, recorda na página online, que em 2020, “o sector da cultura foi um dos mais afectados”, e os museus, em particular, estão a sofrer “sérias repercussões" económicas, sociais e psicológicas.

Em Portugal, como noutros países, as medidas de contenção da pandemia obrigaram ao encerramento dos espaços culturais, e os museus sentiram, em 2020, uma quebra de 70% nos visitantes e, consequentemente, da mesma ordem nas receitas.

Os dados mais recentes do ICOM indicam que os museus europeus perderam entre 25% e 75% dos visitantes, com 10% em situação de layoff, enquanto sete em cada dez esperam cortes nos orçamentos nos próximos anos.

No entanto, sublinha o ICOM, “a crise também serviu como um catalisador para inovações cruciais que já estavam em curso, nomeadamente na digitalização, criação de novas formas de experiências culturais e comunicação”.

Nesse sentido, a organização desafia os museus de todo o mundo a “abraçar e liderar a mudança”, através de uma “reflexão sobre a relação com as comunidades que servem, experimentar novas formas de modelos híbridos de fruição cultural, e reafirmar a sua missão de construtores de um futuro justo e sustentável”.

“Temos de investir no potencial criativo da cultura como motor da recuperação e inovação na era pós-covid”, sustenta o ICOM, sobre a escolha do tema “The Future of Museums: Recover and Reimagine” ("O Futuro dos Museus: Recuperar e Reimaginar”, em tradução livre), apelando aos profissionais para criarem, imaginarem e partilharem práticas de valor, novos modelos de gestão e soluções inovadoras.

Em 2020, mesmo com as limitações da pandemia, que impuseram sobretudo a realização de actividades em plataformas digitais, o ICOM afirma que essas iniciativas envolveram mais de 83 milhões de pessoas nas redes sociais, só no dia 18 de Maio.

Nesse ano, devido às restrições sanitárias exigidas pelas autoridades para conter a pandemia, todos os museus e monumentos foram encerrados ao público, em Portugal, no dia 14 de Março e reabriram exactamente no dia 18 de Maio.

Em 2019, mais de 37.000 museus de 158 países participaram no evento, organizando programações que envolvem habitualmente visitas guiadas, concertos, teatro, cinema, abertura dos espaços das reservas, lançamento de livros, recriações históricas e conferências.