Variante inglesa pode ser até 70% mais mortal

Estimativa tem base numa dezena de estudos. A variante do Reino Unido tem uma prevalência de 43% no número de novos casos de covid-19 registados em Portugal.

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LUSA/RONALD WITTEK

Um estudo divulgado pelo Governo britânico indica que a nova variante do novo coronavírus, agora predominante no país, pode ser até 70% mais mortal que as anteriores. O novo relatório, que se baseia na análise de cerca de uma dezena de estudos, revela que a também chamada variante de Kent, nome do condado onde foi inicialmente identificada, é provavelmente 30% a 70% mais mortal do que outras variantes.

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Um estudo divulgado pelo Governo britânico indica que a nova variante do novo coronavírus, agora predominante no país, pode ser até 70% mais mortal que as anteriores. O novo relatório, que se baseia na análise de cerca de uma dezena de estudos, revela que a também chamada variante de Kent, nome do condado onde foi inicialmente identificada, é provavelmente 30% a 70% mais mortal do que outras variantes.

Estes estudos compararam a hospitalização e as taxas de mortalidade entre as pessoas infectadas com a nova variante e com outras.

“Os resultados da análise são preocupantes”, disse o médico David Strain, professor catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade de Exeter e responsável clínico da covid-19 no Royal Devon & Exeter Hospital. “A maior transmissibilidade significa que as pessoas que anteriormente estavam entre as de baixo risco de contrair a covid-19 [particularmente as mulheres mais jovens e em boa forma física] estão agora a apanhá-la e acabam no hospital”, afirmou Strain.

Segundo o especialista, “isto é realçado pelos últimos números de hospitalizados, que agora indicam uma proporção de quase 50:50 entre homens e mulheres, em comparação com o facto de ser predominante nos homens na primeira vaga”.

Os resultados do estudo do Grupo Consultivo de Ameaças de Vírus Respiratórios Novos e Emergentes (NERVTAG, na sigla em inglês), publicado na sexta-feira na página oficial do Governo britânico, tem por base uma investigação preliminar, que foi divulgada a 21 de Janeiro. O grupo responsável pelo estudo inclui peritos de universidades e agências públicas de todo o Reino Unido.

Os consultores científicos do Governo do Reino Unido manifestam ainda preocupação sobre como as mutações podem alterar as características da doença.

A variante do Reino Unido tem uma prevalência de 43% no número de novos casos de covid-19 registados em Portugal, revelou na quinta-feira o primeiro-ministro, António Costa.