Estudo da Universidade de Coimbra lança Serra da Lousã como área protegida

Um estudo publicado pela Imprensa da Universidade de Coimbra poderá fundamentar uma candidatura para classificação da Serra da Lousã como área protegida e com um modelo de ordenamento e gestão multimunicipal.

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Talasnal é uma das 12 aldeias que integram a rede Aldeias do Xisto (imagem de arquivo, 2016). Adriano Miranda

Luiz Alves, investigador da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), afirmou à agência Lusa que se trata de “uma proposta para a criação da Paisagem Protegida Regional da Serra da Lousã”, cabendo aos municípios vizinhos dinamizar o processo.

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Luiz Alves, investigador da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), afirmou à agência Lusa que se trata de “uma proposta para a criação da Paisagem Protegida Regional da Serra da Lousã”, cabendo aos municípios vizinhos dinamizar o processo.

O livro Áreas Protegidas e Gestão Territorial. O Caso da Serra da Lousã, que a Imprensa da Universidade de Coimbra disponibilizou em formato digital e de acesso livre, é o resultado do trabalho de Luiz Alves e Paulo Carvalho (também investigador da FLUC), ambos residentes na Lousã.

Luiz Alves realçou a importância das componentes natural, cultural e paisagística, “três valores que justificam”, de acordo com o trabalho, o reconhecimento da Serra da Lousã como Paisagem Protegida Regional.

“Esta é uma proposta académica, um trabalho articulado entre a Universidade e a Dueceira [Associação de Desenvolvimento do Ceira e Dueça]. Cabe agora às entidades locais e regionais, com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, fazer avançar o processo de classificação”, acrescentou.

No entanto, “podem aparecer outras propostas” para o mesmo objectivo, ressalvou, questionado pela Lusa.

“Estamos a falar de uma lógica de cooperação, não de sobreposição, que vai além do turismo, englobando também os ecossistemas e a cultura”, que aposta na conservação dos valores naturais e permite “olhar para a Serra da Lousã como um conjunto”.

A publicação foi concebida “para fundamentar uma proposta de classificação da Serra da Lousã como área protegida, que promova um novo modelo de ordenamento e gestão em escala supramunicipal”, segundo Luiz Alves, que está a realizar o seu doutoramento na área da Geografia.

O co-autor salientou a necessidade “não só de assegurar a adequada protecção a um universo significativo de patrimónios, como também de abrir novas perspectivas para a sua valorização efectiva, através de um modelo de gestão de base supramunicipal”.

O estudo foi efectuado “no âmbito da prestação de serviços especializados” da Universidade de Coimbra, através do Departamento de Geografia e Turismo da FLUC, à Dueceira, com o apoio do Programa de Valorização Económica dos Recursos Endógenos iNature - Turismo Sustentável em Áreas Classificadas.

Com sede na Lousã, a Dueceira, criada em 1994 e actualmente liderada pelo presidente da Câmara local, Luís Antunes, reúne este município e os concelhos vizinhos de Miranda do Corvo, Penela e Vila Nova de Poiares, no distrito de Coimbra.

Ligadas à Serra da Lousã, entre outras entidades supramunicipais, estão a Agência para o Desenvolvimento da Serra da Lousã, com sede na Castanheira de Pera, criada em 2015, mas ainda sem trabalho público visível, e a Agência para o Desenvolvimento Turístico das Aldeias do Xisto (Adxtur), instalada no Fundão.

Dos 27 lugares que integram a rede turística Aldeias do Xisto, 12 situam-se na Serra da Lousã, repartidas pelos concelhos de Góis, Lousã, Miranda do Corvo e Penela.

A obra Áreas Protegidas e Gestão Territorial. O Caso da Serra da Lousã destina-se, nomeadamente, a estudantes de licenciatura, mestrado e doutoramento, técnicos e especialistas em áreas protegidas, planeadores e gestores de territórios, marcas e produtos turísticos.