O açafrão dá-se bem no Alentejo

Uns poucos agricultores tentam produzir em Portugal a mais cara das especiarias. O dinheiro pode encantar, mas é só para quem não faz ideia do trabalho e dos riscos associados a esta cultura.

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Comecemos pela parte sumarenta: um grama de açafrão (o Crocus sativa e não o vulgar açafrão da Índia) pode ser vendido por 20€ (sim, não nos enganamos), o que significa que um quilo pode valer 20 mil euros. Um negócio e tanto, certo? Certo. Problema. Ou melhor, problemas: produzir açafrão de qualidade é uma aventura com riscos, a oferta mundial é considerável, os compradores que pagam decentemente são estrangeiros e, em consequência, Portugal não é mercado para aquela que é a especiaria mais cara do mundo. Teremos uma pequena elite que gasta fortunas em imobiliário, automóveis, viagens, vestuário e até em restaurantes de luxo, mas a ideia de pagar 20 euros por um grama de açafrão para perfumar um arroz, um puré de batata ou uma cataplana é qualquer coisa que pode cair na categoria de ofensa.

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Comecemos pela parte sumarenta: um grama de açafrão (o Crocus sativa e não o vulgar açafrão da Índia) pode ser vendido por 20€ (sim, não nos enganamos), o que significa que um quilo pode valer 20 mil euros. Um negócio e tanto, certo? Certo. Problema. Ou melhor, problemas: produzir açafrão de qualidade é uma aventura com riscos, a oferta mundial é considerável, os compradores que pagam decentemente são estrangeiros e, em consequência, Portugal não é mercado para aquela que é a especiaria mais cara do mundo. Teremos uma pequena elite que gasta fortunas em imobiliário, automóveis, viagens, vestuário e até em restaurantes de luxo, mas a ideia de pagar 20 euros por um grama de açafrão para perfumar um arroz, um puré de batata ou uma cataplana é qualquer coisa que pode cair na categoria de ofensa.