Apoiar o doente oncológico em todas as etapas

Quanto mais doentes ajudo a tratar, mais certeza tenho que esse tratamento não se esgota nas cirurgias, radiações e medicamentos. Muito menos se confina aos muros do hospital.

Foto
"Juntos somos mais fortes e quanto mais ajudamos, mais seremos ajudados" Rui Gaudencio

Tratar doentes é muito mais difícil do que tratar doenças e os doentes com cancro são ainda mais complexos. Primeiro, o choque da notícia, depois lidar com os diferentes passos de todo o processo, processo esse que se pode arrastar por anos. Ao mesmo tempo, a vida corre, a família e os amigos, os filhos pequenos ou a carreira ou a reforma, tudo fica em suspenso. Por isso, hoje, encontramos em Portugal e no mundo, centenas de associações e grupos de apoio que têm como missão estar presente para a pessoa com cancro, ajudando em cada etapa.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Tratar doentes é muito mais difícil do que tratar doenças e os doentes com cancro são ainda mais complexos. Primeiro, o choque da notícia, depois lidar com os diferentes passos de todo o processo, processo esse que se pode arrastar por anos. Ao mesmo tempo, a vida corre, a família e os amigos, os filhos pequenos ou a carreira ou a reforma, tudo fica em suspenso. Por isso, hoje, encontramos em Portugal e no mundo, centenas de associações e grupos de apoio que têm como missão estar presente para a pessoa com cancro, ajudando em cada etapa.

Quanto mais doentes ajudo a tratar, mais certeza tenho que esse tratamento não se esgota nas cirurgias, radiações e medicamentos. Muito menos se confina aos muros do hospital.

Durante e depois dos tratamentos é absolutamente necessário existir um espaço de partilha de experiências, potenciando todo esse saber acumulado de quem realmente viveu e sentiu o drama do cancro de mama, para uma ajuda mútua e intervenção social em termos de prevenção e esclarecimento. Todas as doentes têm muito para ensinar e muito para aprender.

Como médico, percebi desde cedo que era possível fazer mais, por isso, com o apoio de um grupo de doentes e sobreviventes de cancro da mama que tratei, criámos e tenho a honra de presidir a Associação Caminhar Contigo, que presta apoio à pessoa com cancro da mama. Esta associação nasceu no Hospital CUF Santarém, mas recebe e ajuda doentes de qualquer outra instituição. Começámos com um pequeno grupo, ao qual se juntaram mais colegas médicos e, cada vez, mais doentes que aqui encontram a segurança e confiança que precisam logo na fase inicial do diagnóstico. Esta associação assume um papel central na vida de todos nós. É uma fonte de confiança e esperança.

De uma forma geral promovem-se acções que levam ao esclarecimento e ajuda em temas tão diversos como a imagem corporal, psicologia, dinâmica familiar, nutrição, menopausa, sexualidade ou o apoio jurídico.

No âmbito do Dia Mundial do Cancro, a CUF Oncologia organiza a CUF Talks Apoiar o doente oncológico e cuidadores: o papel das associações e grupos de apoio. Dia 4 de Fevereiro às 11h30, em directo do Facebook da CUF — esta é uma oportunidade para todos ficarmos a conhecer o papel de de várias associações de doentes e o testemunho de quem a elas pertence.

Tenho de destacar que no contexto actual em que vivemos, tem sido muito importante o fórum nas redes sociais, porque torna possível manter o contacto entre todos e um acompanhamento próximo, principalmente de quem estava a viver algo tão impactante como um cancro da mama no meio de uma pandemia. Juntos somos mais fortes e quanto mais ajudamos, mais seremos ajudados nesta caminhada longa de luta contra o cancro de mama.