Já podemos bater palmas?

Não gosto de ouvir fado muito gritado ou de notas que se suspendem indefinidamente no ar. Gosto de perceber as palavras. Cada uma delas. Gosto que o fado nunca desmanche o poema. E neste fado, no meu fado, Carlos do Carmo é o rei – porque cada palavra é articulada na perfeição e cada poema é lido a cantar.

Foto
LUSA/TIAGO PETINGA

Todos os domingos, depois de almoço, o meu pai nos levava a passear de carro pelo campo. Na carrinha branca da minha infância ainda não existiam cintos de segurança nos bancos traseiros e ninguém se mostrava especialmente preocupado com a minha preferência em fazer as viagens de pé, parcialmente acomodada entre os bancos dos meus pais. A minha irmã mais velha costumava dizer que aquela era a volta dos tristes e encarava estes momentos de passeio familiar como uma espécie de ritual horripilante criado especialmente para lhe atormentar a adolescência. Acontece que eu era menina e que aqueles passeios eram a parte mais feliz da minha semana.

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Todos os domingos, depois de almoço, o meu pai nos levava a passear de carro pelo campo. Na carrinha branca da minha infância ainda não existiam cintos de segurança nos bancos traseiros e ninguém se mostrava especialmente preocupado com a minha preferência em fazer as viagens de pé, parcialmente acomodada entre os bancos dos meus pais. A minha irmã mais velha costumava dizer que aquela era a volta dos tristes e encarava estes momentos de passeio familiar como uma espécie de ritual horripilante criado especialmente para lhe atormentar a adolescência. Acontece que eu era menina e que aqueles passeios eram a parte mais feliz da minha semana.