Um soldado um pouco diferente marcha estes dias na Gulbenkian

Mais de um século depois, a dúvida persiste. A História do Soldado, de Igor Stravinsky, é uma obra de teatro ou uma obra musical? E isso interessa? A encenação de Jean Paul Bucchieri e a direcção musical de Lorenzo Viotti usam essa ambiguidade como ponto de partida da versão que se estreia esta quarta-feira em Lisboa.

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Miguel Borges é o Soldado nesta peça de Igor Stravinsky cuja história se cruza com a da gripe espanhola NUNO FERREIRA SANTOS

A vida passa e a História tem tendência a repetir-se, ou pelo menos a estabelecer peculiares coincidências. Senão vejamos: exilado na Suíça, corria a Primeira Guerra Mundial, Igor Stravinsky conheceu o escritor suíço Charles-Ferdinand Ramuz. Ambos com problemas financeiros, engendraram uma criação conjunta que pudesse ser produzida de forma simples e barata e apresentada em pequenos teatros por todo o país. Assim nasceu A História do Soldado, inspirada em dois contos russos de Alexander Afanasyev, espectáculo que não precisava de mais do que um narrador, dois actores para os papéis de Soldado e de Diabo, uma bailarina silenciosa a fazer de Princesa e um ensemble de sete músicos. O êxito da estreia em Lausana, a 28 de Setembro de 1918, foi assinalável. O problema veio depois, quando a obra se fez à estrada e foi apanhada na teia da gripe espanhola que ceifou boa parte dos seus intérpretes. Coincidência?

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A vida passa e a História tem tendência a repetir-se, ou pelo menos a estabelecer peculiares coincidências. Senão vejamos: exilado na Suíça, corria a Primeira Guerra Mundial, Igor Stravinsky conheceu o escritor suíço Charles-Ferdinand Ramuz. Ambos com problemas financeiros, engendraram uma criação conjunta que pudesse ser produzida de forma simples e barata e apresentada em pequenos teatros por todo o país. Assim nasceu A História do Soldado, inspirada em dois contos russos de Alexander Afanasyev, espectáculo que não precisava de mais do que um narrador, dois actores para os papéis de Soldado e de Diabo, uma bailarina silenciosa a fazer de Princesa e um ensemble de sete músicos. O êxito da estreia em Lausana, a 28 de Setembro de 1918, foi assinalável. O problema veio depois, quando a obra se fez à estrada e foi apanhada na teia da gripe espanhola que ceifou boa parte dos seus intérpretes. Coincidência?