Na próxima década desperdiça-se um século

A esquerda dispõe de uma ampla maioria parlamentar, mas ainda um dia se vai arrepender de não ter feito dela um uso mais ambicioso.

Tentar acompanhar a discussão do Orçamento de Estado para 2020 é, por vezes, aflitivo. Os atores políticos parecem ter uma noção do tempo construída às avessas da urgência e da importância do momento. As discussões fazem-se, diz-se, para evitar ter um orçamento por duodécimos no próximo ano. Inversamente, os políticos agem como se o exercício fosse para ter como objetivo apenas o seu valor facial, ou seja, garantir um orçamento para 2021 que passe no orçamento. Quando muito diz-se, seria bom ter um acordo para a legislatura, que vai até 2023, se for possível por escrito, mas não somos esquisitos. E já agora (cabe lembrar aos eurocéticos que ainda sobram): se não fosse a UE e os seus fundos, não teria havido praticamente discussão entre os políticos portugueses para a próxima década, nem plano Costa Silva, mesmo com todas as vulnerabilidades que ele tem.

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Tentar acompanhar a discussão do Orçamento de Estado para 2020 é, por vezes, aflitivo. Os atores políticos parecem ter uma noção do tempo construída às avessas da urgência e da importância do momento. As discussões fazem-se, diz-se, para evitar ter um orçamento por duodécimos no próximo ano. Inversamente, os políticos agem como se o exercício fosse para ter como objetivo apenas o seu valor facial, ou seja, garantir um orçamento para 2021 que passe no orçamento. Quando muito diz-se, seria bom ter um acordo para a legislatura, que vai até 2023, se for possível por escrito, mas não somos esquisitos. E já agora (cabe lembrar aos eurocéticos que ainda sobram): se não fosse a UE e os seus fundos, não teria havido praticamente discussão entre os políticos portugueses para a próxima década, nem plano Costa Silva, mesmo com todas as vulnerabilidades que ele tem.