Vestígios de predador marinho do Jurássico encontrados no deserto do Atacama

Os vestígios pertencem a um réptil que viveu há 160 milhões de anos e tinha uma mordida mais poderosa do que a do Tyrannosaurus rex.

Fotogaleria

Cientistas descobriram vestígios de predadores marinhos do Jurássico, que se pareciam com orcas, no deserto mais seco do mundo – o deserto do Atacama, no Chile. São os primeiros vestígios de um pliossauro encontrados neste deserto.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Cientistas descobriram vestígios de predadores marinhos do Jurássico, que se pareciam com orcas, no deserto mais seco do mundo – o deserto do Atacama, no Chile. São os primeiros vestígios de um pliossauro encontrados neste deserto.

Os pliossauros eram répteis que viveram há 160 milhões de anos com uma mordida mais poderosa do que a do Tyrannosaurus rex, de acordo com investigadores da Universidade do Chile. Os fósseis são os segundos registos mais antigos desta espécie no hemisfério Sul.

O vasto deserto do Atacama, em tempos grande parte submergido pelo oceano Pacífico, é agora uma espécie de paisagem lunar com areia e rochas. Há partes desse deserto intocadas pela chuva há anos. Há milhões de anos, os pliossauros reinaram a região com o seu grande e alongado crânio, um pescoço pequeno, dentes ameaçadores num corpo hidrodinâmico e membros que se assemelham a barbatanas.

Agora, os cientistas encontraram mandíbulas, dentes e fragmentos de barbatanas de um réptil que os dois espécimes descobertos definem como “ecologicamente semelhante” a orcas. A descoberta foi feita em dois sítios na bacia do rio Loa, perto da cidade de Calama, no Norte do Chile.

“Esta descoberta ajuda os cientistas a preencher lacunas na evolução”, disse Rodrigo Otero, paleontólogo na Universidade do Chile, que liderou esta investigação. O fóssil completo, que está a ser escavado desde 2017, mede, provavelmente, entre seis e sete metros. O crânio terá cerca de um metro de comprimentos e cada dente terá entre oito e dez centímetros de comprimento, adiantou ainda o paleontólogo.

No início de Setembro, o estudo foi publicado na revista científica Journal of South American Earth Sciences. No artigo, refere-se que os vestígios são os primeiros de pliossauro encontrados no deserto do Atacama e pertencem ao Jurássico Superior (entre há 160 milhões e 145 milhões de anos).