Cartas ao director

Eleições para as CCDR: uma vergonha

A ser verdade o que tenho ouvido e lido nos meios de comunicação, sinto-me profundamente incomodado, para não dizer indignado, com o processo, nada democrático, de eleição (ou designação!) dos presidentes das CCDR.

Segundo as notícias que me têm chegado, parece que é assim: o chefe do maior partido diz para o segundo: ‘Olha, nas regiões tal, tal e tal indico eu quem vai presidir à CCDR e nas outra indicas tu!!!’ E a pouca vergonha é tanta que vão ao ponto de afirmarem que se trata duma eleição verdadeiramente democrática por resultar dos votos dos autarcas da região. Meter ao barulho os autarcas nesta farsa de eleições, arrepia-me ainda mais.

Será que os autarcas, que foram democraticamente eleitos pelos eleitores da sua freguesia ou do seu concelho, se vão sentir confortáveis ao alinharem nesta farsa? É já a segunda vez que os líderes dos dois maiores partidos se combinam para tornar mais difícil e credível a criação das verdadeiras Regiões Administrativas   

Acácio Monteiro Alferes, Évora

As propostas do Chega

O Chega fez uma inacreditável votação semi pública acerca da amputação de ovários de certas mulheres. Como penso que já defendeu - ou defende- a castração química de certos homens. À luz dos Direitos Humanos que o nosso Estado de Direito prossegue, não é isto matéria de crime público? Se sim,  o Ministério Público deveria chamar e investigar o deputado Ventura ( tem imunidade?) e os outros/as que aceitaram pôr à votação e votaram, em ambos os sentidos, aliás, esse que penso ser um crime público. Se não é um crime público, devia sê-lo. Dou de barato e nem me pronuncio, para poupar tempo a mim e aos leitores do PÚBLICO, que portugueses do partido Chega, mesmo que só com um módico de educação e cultura solidariamente recebidos do ensino público português, alimentem tais instintos, tenham tais pensamentos.

José Elias de Freitas, Lisboa

Um 2 em vez da tripla
Utilizando a linguagem desportiva, sempre popular e de fácil percepção, Jerónimo de Sousa diz que a sua sucessão no PCP é uma tripla. Tenho, no entanto, prognóstico diferente - acho que é um 2 e bem claro.
Com 73 anos de idade e o score eleitoral do PCP a rondar os cinco, seis por cento, penso que a saída de Jerónimo de Sousa é inevitável. Bem sei que Álvaro Cunhal liderou os comunistas com idade avançada, mas era como se fosse um Deus, e o actual secretário-geral não tem essa faceta mítica.
Acresce que o BE, em termos eleitorais, tem quase o dobro do PCP nas sondagens, o que aconselha ainda mais a rendição de Jerónimo de Sousa.
O aggiornamento dos comunistas seria útil, não só para o partido, mas sobretudo para o país, e creio que a “geringonça” não estará em causa, qualquer que seja o líder. Bernardino Soares, João Ferreira e João Oliveira são as hipóteses mais credíveis para ascenderem à liderança dos comunistas. Só aqui seria necessária a tripla. Mas, por vezes, o PCP costuma tirar “coelhos da cartola” e poderá ser que haja alguma surpresa. A imprevisibilidade da política é sempre grande.
Simões Ilharco, Lisboa

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