Covid-19: Johnson impõe novas restrições em Inglaterra, que podem durar seis meses

Propagação acelerada do vírus no Reino Unido leva Governo britânico a fazer marcha atrás no desconfinamento no território inglês. Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte também impõem medidas restritivas.

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Boris Johnson discursou esta terça-feira na Câmara dos Comuns de Westminster EPA/JESSICA TAYLOR / UK PARLIAMENT HANDOUT

O ritmo acelerado de infecções pelo SARS-CoV-2, registado nas últimas semanas no Reino Unido, levou o Governo britânico a anunciar uma série de novas restrições e medidas de isolamento social para Inglaterra, que podem vir a durar seis meses, assumiu esta terça-feira o primeiro-ministro, Boris Johnson. Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte também vão impôr medidas semelhantes.

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O ritmo acelerado de infecções pelo SARS-CoV-2, registado nas últimas semanas no Reino Unido, levou o Governo britânico a anunciar uma série de novas restrições e medidas de isolamento social para Inglaterra, que podem vir a durar seis meses, assumiu esta terça-feira o primeiro-ministro, Boris Johnson. Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte também vão impôr medidas semelhantes.

Um dia depois de as autoridades científicas terem alertado para um cenário previsível de 50 mil novos casos e 200 mortes por dia, já no próximo mês, Johnson assumiu que o país se encontra num “perigoso ponto de viragem”, mas garantiu que as medidas não são “um regresso ao confinamento total de Março”.

“Não vamos poupar esforços no desenvolvimento de vacinas, de tratamentos e de novas formas de testarmos em massa, mas se não tivermos progressos palpáveis, devemos assumir que estas restrições vão permanecer em vigor talvez durante seis meses”, revelou Johnson esta terça-feira, no Parlamento de Westminster..

Entre as novas restrições destacam-se a recomendação imediata do teletrabalho “sempre que seja possível”; o encerramento, a partir de quinta-feira de todos os bares, pubs e restaurantes, até às 22h – e só podem fazer serviço de mesa ou take-away; a obrigatoriedade do uso de máscara protectora para todos os trabalhadores de qualquer actividade de atendimento ao público; a diminuição da lista de excepções à regra geral que proíbe ajuntamentos de mais de seis pessoas; e o aumento do valor das multas para quem não cumprir as regras de distanciamento social.

Os governos da Escócia e da Irlanda do Norte querem ir mais longe e vão proibir todos os ajuntamentos desnecessários dentro das casas particulares. Os seus respectivos primeiros-ministros, a par do galês, reuniram-se de emergência com Boris Johnson na manhã desta terça-feira.

O primeiro-ministro britânico prometeu ainda atribuir mais fundos à polícia inglesa e admitiu que o Exército britânico pode ser mobilizado se houver falta de disponibilidade do corpo policial.

“Sempre soubemos que, mesmo que conseguíssemos fazer o vírus recuar, a possibilidade de uma segunda era real. Lamento dizê-lo, mas tal como Espanha, França e muitos outros países, também atingimos um perigoso ponto de viragem”, disse aos deputados.

“Se não actuarmos agora, todos juntos, não só colocamos os outros em risco, mas comprometemos o nosso próprio futuro, com medidas mais drásticas, que teriam seríamos forçados a tomar”, alertou o primeiro-ministro. 

Jonhson lamentou “os danos” que as medidas em causa vão ter nos “negócios que ainda se estão a tentar levantar”, mas garantiu que as escolas e os estabelecimentos comerciais irão permanecer abertos.

Tal como outros países europeus, o Reino Unido tem vindo a registar um aumento exponencial de novos casos diários de infecção. Nos últimos quatro dias, o número andou em redor dos 4 mil casos registados por dia, que elevaram o número total para 403,551, desde o início da pandemia.

Com mais de 41 mil mortos por covid-19, o Reino Unido é o país europeu com mais mortes pela doença.