Cruz Vermelha oferece testes rápidos de diagnóstico à covid-19 às escolas e lares

Testes chegaram recentemente ao mercado português e são capazes de diagnosticar a infecção pelo novo coronavírus em apenas 15 minutos, com uma sensibilidade de 93% e especificidade de 99%. Governo ainda não se pronunciou sobre a proposta.

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TIAGO PETINGA/LUSA

A Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) propôs distribuir gratuitamente uma remessa de testes rápidos de diagnóstico à covid-19 para serem utilizados nas escolas e em lares, mas o Governo ainda não se pronunciou sobre a proposta, revela esta sexta-feira o Expresso. Segundo o mesmo jornal, a CVP recebeu financiamento internacional para adquirir até meio milhão de testes rápidos, capazes de diagnosticar a infecção pelo novo coronavírus em apenas 15 minutos. Estes testes têm sensibilidade de 93% e especificidade de 99% e chegaram recentemente ao mercado português.

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A Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) propôs distribuir gratuitamente uma remessa de testes rápidos de diagnóstico à covid-19 para serem utilizados nas escolas e em lares, mas o Governo ainda não se pronunciou sobre a proposta, revela esta sexta-feira o Expresso. Segundo o mesmo jornal, a CVP recebeu financiamento internacional para adquirir até meio milhão de testes rápidos, capazes de diagnosticar a infecção pelo novo coronavírus em apenas 15 minutos. Estes testes têm sensibilidade de 93% e especificidade de 99% e chegaram recentemente ao mercado português.

O Presidente da CVP, Francisco George, explica ao Expresso que “através de um protocolo para articulação com as autoridades de saúde, seria possível iniciar os diagnósticos ainda em Setembro”. “Esta é a solução para cortar as cadeias de transmissão e mudar o paradigma da intervenção em saúde pública”, garante, revelando que efectuou no sábado uma primeira proposta informal junto da ministra da Saúde, a qual ficou sem resposta. Francisco George revela que voltou a propor a distribuição dos testes rápidos durante a reunião no Infarmed, nesta semana, e que o primeiro-ministro reconheceu que seria “uma oportunidade para as escolas”. Ao Expresso, o gabinete de António Costa afirmou apenas que “a proposta ainda está em estudo”.

Francisco George garante que estes testes nada têm “a ver com as primeiras [análises] que vieram da China” e destaca que foram aceites pelo Infarmed na semana passada.

Os especialistas ouvidos pelo mesmo jornal concordam que, até surgir uma vacina contra a covid-19, esta é a melhor estratégia, permitindo uma testagem “simples, rápida e barata”, e questionam a razão pela qual o Governo ainda não aceitou a proposta. Além disso, salientam que a técnica permite detectar em poucos minutos os infectados (impedindo o vírus de continuar a propagar-se), possibilitando que a sociedade se aproxime a um funcionamento quase normal.

Estes testes rápidos recorrem também à zaragatoa para detectar o antigénio na superfície do vírus, sendo necessária formação dos técnicos que os vão realizar, pelo que a CVP está a delinear uma estratégia para dar formação e disponibilizará também uma linha de apoio para esclarecer dúvidas.

Dois dos principais fabricantes dos testes, a Roche e a Abbott, garantem que não é necessária uma segunda confirmação do resultado e o gestor do Programa Especial de Testes Covid-19 da CVP destaca que os testes rápidos já realizados pela organização demonstram que a técnica é eficaz. “Já analisámos 100 amostras em paralelismo, fazendo o teste rápido e o PCR, e a concordância foi total. Temos utilizações em lares, em Valença e em Évora, e conseguimos controlar a situação numa tarde”, afirma.

Segundo o Expresso, os testes estão a chegar agora ao mercado português a um preço unitário entre cinco e dez euros e está já a ser estudada a substituição da zaragatoa por uma amostra de saliva. A CVP vai também comercializar os testes a instituições privadas a um custo de 20€ — valor que inclui os serviços de enfermagem necessários para recolher a amostra.